Indicação de Meirelles para Autoridade Olímpica atropela lobby chicaneiro de Cabral Filho

Sem perdão – Confirmado para comandar a Autoridade Olímpica, por decisão da presidente da República, Henrique Meirelles dará à Olimpíada de 2016 a seriedade no trato da coisa pública que os Jogos Pan-Americanos ficaram devendo e cujas contas ainda tropeçam no Tribunal de Contas da União.

Nome de maior destaque na equipe ministerial de Luiz Inácio da Silva, nos dois governos, Meirelles teve contra a sua indicação o lobby fracassado de Eduardo Paes, prefeito da capital fluminense, e o fanfarrão Sérgio Cabral Filho, governador do Rio de Janeiro, ambos do PMDB.

Considerado cristão novo no PMDB, pois se filiou há pouco tempo por influência do então presidente Lula, Henrique Meirelles por certo não manchará seu currículo com as trapalhadas que sempre marcam as grandes e milionárias obras públicas no Brasil.

É fato que o nome de Henrique Meirelles precisa da aprovação do Congresso Nacional, mas sua aprovação é dada como certa. A chegada de Meirelles ao comando da Autoridade Olímpica deve provocar uma guerra silenciosa, porém explosiva, nos bastidores do PMDB.

Se quiser passar ao largo das acusações petistas de que é uma legenda de fisiologistas, o PMDB terá de acionar sua cúpula para acalmar os ânimos que devem se exaltar em breve sob as bênçãos do Cristo Redentor. Do contrário, o PMDB será vítima da própria gula política, porque não dizer apetite por assuntos pouco ortodoxos.

Desse cenário já é possível tirar uma conclusão definitiva. Se Eduardo Paes pouco representa em termos políticos para o Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff está impondo limites a Cabral Filho, que com a escolha de Meirelles contabiliza sua segunda derrota na era da neopetista. A primeira foi a fracassada tentativa de fazer de Sérgio Côrtes, secretário da Saúde do Rio de Janeiro, o substituto de José Gomes Temporão no Ministério da Saúde.