Preços disparam em abril em seis capitais e guerra palaciana contra a inflação fica ainda mais complicada

Na contramão – Quando assumiu oficialmente sua candidatura à Presidência da República, a então ministra Dilma Rousseff embarcou no discurso fácil e mentiroso do seu mentor eleitoral, Luiz Inácio da Silva. A atual presidente não se incomodou à época de ser apresentada ao eleitorado brasileiro como a única garantia de continuidade das supostas conquistas da era luliana.

Desde que chegou ao Palácio do Planalto na condição de chefe maior da nação, Dilma tem evitado qualquer comentário sobre a atual situação da economia verde-loura, pois para manter a lógica e a coerência seria obrigada a sentar a pua no companheiro Lula da Silva, que vendeu ao mundo uma bolha de virtuosismo que começa a estourar muito antes do previsto, situação que pode comprometer o futuro político do totalitário Partido dos Trabalhadores.

De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, a inflação subiu na primeira semana de abril. Em seis das sete capitais pesquisadas, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou alta de nos preços de 0,89%. Na cidade de São Paulo, que responde por quase metade do índice, a inflação saltou de 0,73% para 0,94% no período.

As outras capitais que registraram taxas de inflação em ascensão foram Salvador (de 0,81% para 0,84%), Brasília (de 0,81% para 1,11%), Belo Horizonte (de 0,66% para 0,73%), Recife (de 0,36% para 0,63%) e Rio de Janeiro (de 0,71% para 1,01%). A única capital em que a alta de preços desacelerou foi Porto Alegre foi a única capital que integrou a pesquisa onde os preços desaceleraram, caindo de 0,77% para 0,67%.

Como faz regularmente, a reportagem do ucho.info foi a campo para pesquisar os preços absurdos com que se deparam os consumidores da maior cidade brasileira, São Paulo. Na Ceagesp, maior centro de distribuição de alimentos da América Latina, um abacaxi estava sendo vendido no domingo (10) por absurdos R$ 6 (foto acima). A justificativa dos comerciantes é que o abacaxi colocado nas bancas é oriundo do Tocantins, o que não explica o preço. Provavelmente, nos R$ 6 estão inclusos os custos da falta de preparo do governo federal em atender os agricultores no período das chuvas e pela descaso das autoridades com a malha rodoviária, cada vez mais caótica.

Saindo da seara das frutas e desembarcando no mundo dos legumes, um quilo da chamada vagem torta estava sendo vendido por R$ 13, enquanto o quilo do pimentão vermelho não saía por menos de R$ 6.

Considerando que o salário mínimo atualmente vale a fortuna de R$ 545, o reles trabalhador – existem perto de 50 milhões deles no Brasil – que ousar comer um abacaxi tocantinense por semana será obrigado a desembolsar R$ 24, o que representa 4.4% da sua renda. Se no cardápio for acrescido um quilo de vagem torta, a conta pula para R$ 37, o que equivale a 6,79% do salário mínimo. Para muitos o pimentão vermelho é indigesto, mas adicionar semanalmente dois deles ao magro cardápio até agora apresentado fará com que o trabalhador gaste ao final de trinta dias mais R$ 9, totalizando R$ 46 ou, para quem gosta de números comparativos, 8,44% do salário mínimo.

Fora isso, o trabalhador que recebe essa absurda fortuna aprovada pelo PT e seus obedientes aliados tem de separar parte do dinheiro para a condução, o sacro pão de cada dia e outros produtos de primeira necessidade que fazem parte de qualquer cidadão que vive no país de todos. Enfim, há no Brasil uma legião de pessoas que preferem acreditar na mentira.