Ajeitando a casa – No rastro da morte de José Alencar e das homenagens prestadas ao ex-vice-presidente, o Congresso Nacional suspendeu sessões e adiou a votação de muitas matérias, algumas delas de interesse do país. No rol das que interessam apenas ao escambo patrocinado pelo palácio do Planalto está a que cria o Ministério da Micro e Pequena Empresa, assunto que recheou os discursos ufanistas da então candidata Dilma Rousseff.
Longe de atender as necessidades da parcela empreendedora que mais absorve mão de obra no País, a criação de mais um ministério servirá apenas para aplacar o apetite de algumas legendas por cargos na estrutura da máquina federal. Quando a matéria entrar na pauta de discussões e votação do Senado Federal, o sergipano Antonio Carlos Valadares, senador pelo PSB.
Na verdade, ao criar uma nova pasta – o que deve esvaziar a de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – o Palácio do Planalto não apenas contemplará um partido aliado com a indicação de Valadares para o cargo de ministro, mas principalmente abrirá vaga para o companheiro José Eduardo Dutra (PT), que assumiria a vaga de senador.
Presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Dutra, que se licenciou do cargo por questões de saúde, é o único integrante do núcleo duro da campanha de Dilma Rousseff que ainda não foi contemplado com um cargo sob as bênçãos palacianas. Ao lado de José Eduardo Martins Cardozo e Antônio Palocci Filho, ministros da Justiça e da Casa Civil, respectivamente, José Eduardo Dutra formou o trio de confiança que recebeu de Dilma o nome de “Três Porquinhos”.