Parada dura – Dilma Rousseff desembarcou na China com a árdua tarefa de incrementar as relações comerciais entre o país asiático e o Brasil, mas a empreitada presidencial pode não ser coroada com o êxito esperado pelo Palácio do Planalto. A presidente brasileira assinou acordos de cooperação com o chefe do governo chinês, Hu Jintao, o que não significa que a China deixará de lado a sua política comercial predadora, turbinada por uma política de câmbio artificial que beneficia a indústria local.
Como se sabe, a China lidera a lista dos importadores de matérias-primas brasileiras, em especial commodities agrícolas, o que lhe dá a condição de um dos principais parceiros comerciais do País. No contraponto, os chineses exportam ao Brasil produtos manufaturados a preços covardemente baixos, o que compromete a indústria brasileira. Essa descompensada via de duas mãos faz com que o Brasil patrocine um desvantajoso processo de draw-back, pois os insumos verde-louros voltam ao País após serem manufaturados pelos chineses, que ignoram por completo a legislação trabalhista, que por sua vez livra os produtos fabricados à sombra da Grande Muralha dos tributos sociais. Em outras palavras, exportar produtos brasileiros para a China continuará no campo dos sonhos.
Para complicar ainda mais a missão de Dilma Rousseff, o governo federal não tem conseguido frear a valorização do Real frente à moeda norte-americana, situação que compromete sobremaneira as exportações brasileiras. Na segunda-feira (11), em Pequim, parte da comitiva de 300 empresários liderada por Dilma comemorou o fato de o governo chinês ter aberto as fronteiras para a carne suína produzida no Brasil e credenciou três frigoríficos do sul do País.
Acontece que esse anúncio não terá efeitos imediatos, mas ao longo dos próximos anos. Fora isso, os brasileiros não podem esquecer que para cada quilo de carne suína são necessários 5,25 mil litros de água. E como as compras chinesas dificilmente são pequenas…
