Discurso estranho – O massacre de Realengo, no Rio de Janeiro, protagonizado pelo psicopata Wellington Menezes de Oliveira, foi o tiro de largada para que autoridades retomassem discussão de um tema que já foi derrotado em plebiscito: o desarmamento.
Quem puxou a fila dessa discussão foi o ministro José Eduardo Martins Cardozo, da Justiça, para quem a tragédia ocorrida na escola carioca aponta para a necessidade de se deflagrar uma nova campanha pelo desarmamento. Na sequência, quem aderiu ao coro planaltino foi a secretária de Direitos Humanos, a ministra Maria do Rosário, que representou a presidente Dilma Vana Rousseff ao visitar em hospitais do Rio de Janeiro os sobreviventes da chacina.
Como o fisiologismo político funciona à base da teoria do “é dando que se recebe”, o Palácio do Planalto já conta com a obediência do presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AP), que anunciou que movimentará a Casa legislativa para que um novo plebiscito sobre o desarmamento ocorra em breve.
Muito estranhamente, nesse palavrório quem abusa da incoerência é a petista gaúcha Maria do Rosário, que oficialmente gastou pouco mais de R$ 3,5 milhões para se reeleger deputada federal e para fechar as contas contou com doações de diversas empresas, dentre elas a fabricante de armas Taurus, que despejou na bolsa da agora ministra R$ 75 mil.
Defender novamente o desarmamento serve apenas para que o crime organizado continue agindo livremente, pois as armas de fogo em poder da população estão aquém das necessidades dos bandidos. Fora isso, a sociedade há de lembrar que, em 2006, a polícia paulista flagrou conversas entre integrantes do PCC, que à época ordenaram voto no mensaleiro José Genoíno.
Ora, diante dessas filigranas não tão pequenas, o mínimo que o PT palaciano poderia fazer é sair de cena e tentar solucionar a insegurança pública que grassa no País, a começar pelo Rio de Janeiro, que ouviu o então presidente Luiz Inácio da Silva afirmar que encerrados os Jogos Pan-Americanos a cidade teria o melhor e mais completo sistema de segurança. A prova está aí para quem quiser conferir, pois o messianismo de Lula é de camelô.