Mais esperto – Crescem os boatos de uma fusão entre o PSDB e o que restou do Democratas após o vendaval provocado pela criação do PSD, partido que nasce mais forte do que muitos partidos aliados do Palácio do Planalto. O tema não é novo, mas ganha novas versões depois que onze deputados federais e dois senadores decidiram sair do Democratas. A fusão, ventilada desde o ano passado, seria uma maneira de criar uma trincheira para frear o arrastão patrocinado pelo governo federal.
Os líderes do novo partido têm metas a cumprir. Estariam focados no setor do agronegócio, onde estão muitos parlamentares eleitos, como no Partido da República, presidido pelo deputado Valdemar da Costa Neto (SP), o mesmo que acusado de participou do “Mensalão do PT” há sete anos.
A criação do PSD está centrada em projeto que tem o aval político da presidente Dilma Rousseff. Por conta dessa oportunidade, o senador Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, se habilitou a ser o grande articulador da operação de convencimento dos políticos para aderirem à nova agremiação. Na solenidade de fundação do PSD, por enquanto dirigido por Gilberto Kassab, na manhã de quarta-feira (13), o líder do PMDB no Senado desempenhou papel fundamental.
A partir do seu gabinete e da sua residência, em Brasília, Calheiros disparou dezenas de telefonemas ao lado de Kassab e da senadora Kátia Abreu (TO). Os três telefonaram para deputados e senadores descontentes com seus atuais partidos. Para um senador do Mato Grosso telefonaram diversas vezes para que mudasse de ideia. Não conseguiram, mas todos os aliados do parlamentar se debandaram com a promessa de benefícios futuros.
O deputado federal Júlio Campos (DEM-MT) só não se filiou na quarta-feira (13) por conta de apelos do senador e ex-governador Jayme Campos (DEM-MT). À imprensa regional, Júlio afirmou que é amigo de Gilberto Kassab e que estaria avaliando “cuidadosamente se vale a pena ingressar neste novo projeto”.