Em tempo vago, Miguel Falabella ainda consegue inspiração para escrever livro de crônicas

Fresta na agenda – Miguel Falabella guarda um enigma que intriga amigos e fãs: a que horas ele deita a cabeça no travesseiro e dorme? O diretor, ator, dramaturgo, autor de novelas, produtor, gestor cultural e showman desfia os minutos da vida para criar. O que parece brincadeira permeia o livro de crônicas “Vivendo em voz alta”, da Lua de Papel Editora. Algumas nascem justamente nessa fresta de tempo.

“Descubro que nada sei sobre o tempo e, como não consigo entender seus intricados mecanismos, estou sempre lançando um olhar equivocado sobre as coisas. Alguém já disse que só seremos capazes de entender o amor no dia em que entendermos o tempo. Até lá, vamos continuar amando de ouvido, eternos repetentes desse curso, escreve, na delicada crônica “O amor e o tempo”.

A reflexão sobre o ofício de artista alimenta belas criações. Em “Humilhados em silêncio”, Miguel Falabella reflete sobre a natureza da comédia. Faz uma anatomia do riso no teatro, a partir da recente experiência em “A gaiola das loucas”, em que divide o palco com Diogo Vilela.

“Se o texto é bem dito, se a respiração é correta, o riso espalha-se como a fumaça do gelo seco e vai envolvendo a plateia numa espiral arrebatadora. Os atores então param, porque a festa acontece bem à sua frente e quem é do palco sabe que não existe vibração mais bonita do que a de uma plateia que ri junto”, ensina.