Governo federal faz reunião de emergência, mas nega atraso nas obras dos aeroportos

Tapando buracos – Um dia depois do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) ter divulgado estudo em que afirmou que a maioria das obras nos aeroportos estão atrasadas, o governo apresentou sua versão. A tarefa coube ao recém empossado secretário da Aviação Civil, Wagner Bittencourt.

Ele negou que a reunião de emergência realizada nesta sexta-feira (15) teve por objetivo contestar dos dados do Ipea. Além de Bittencourt, participaram da reunião o ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, além do presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Gustavo do Vale, e de técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

No início de fevereiro, o ucho.info já tinha divulgado que as obras estavam atrasadas de acordo com levantamento realizado pelo “Contas Abertas”. Para não passar vergonha durante eventos globais como Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, o governo federal deverá privatizar parte dos aeroportos, como já anunciou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista ao jornal inglês “Financial Times”.

O montante dos investimentos feitos em 2010 registrou aumento de 47% em comparação com o valor investido no ano anterior, mas o desembolso ficou 41% aquém do orçamento de R$ 1 bilhão. Isso quer significa que R$ 440 milhões não foram investidos em melhorias para os usuários dos aeroportos e companhias aéreas.

O governo avalia que o andamento das obras nos aeroportos do país está adequado, “dentro do cronograma previsto para atender à demanda prevista para a Copa do Mundo de 2014”.
“Nós avaliamos que as obras andam com o cronograma adequado para atender às demandas da Copa”, disse Bittencourt após participar de uma reunião periódica de planejamento sobre as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“O que discutimos foram estratégias para acelerar as obras”, explicou o ministro. “É um planejamento antigo que visa a adequar os aeroportos, discutindo soluções para atender a essa demanda”, acrescentou.

Segundo ele, uma das opções em discussão é a abertura para investimentos de capital privado nos aeroportos. “Mas essas reuniões ainda são apenas preparatórias para a decisão”, ponderou.