Xadrez eleitoral – A decisão do vice-presidente Michel Temer de atrair para o PMDB o deputado federal Gabriel Chalita (PSB) e lançá-lo candidato à prefeitura de São Paulo, em 2012, é uma estratégia política que tem a anuência do PT palaciano e também da neopetista Dilma Rousseff.
Após acumular derrotas seguidas em São Paulo – no estado e na capital – o PT está disposto a uma empreitada que impeça a vitória de um indicado pelo governador Geraldo Alckmin, que em 2014 pode ser uma séria ameaça ao projeto de reeleição de Dilma Rousseff, que enfrenta problemas para se desencilhar da herança maldita deixada por seu antecessor, o ex-presidente Lula da Silva.
Eleito com mais de 560 mil votos, em 2010, ficando atrás apenas do deputado-palhaço Tiririca, Chalita é bem avaliado na comunidade católica, tendo participado da blindagem religiosa de Dilma após a fatídica declaração de que a então presidenciável do PT era favorável ao aborto. E essa proximidade com os seguidores do Cristianismo lhe garante boa votação, o que não significa que alcançar a prefeitura da maior cidade brasileira é tarefa simples.
Fora isso, Gabriel Chalita é muito próximo ao governador Geraldo Alckmin, em cujo governo comandou a Secretaria da Educação, além de manter boas relações com a primeira-dama paulista, Lu Alckmin. Na outra ponta, a abdução de Chalita pelo PMDB é um troco que Dilma e o PT palaciano darão no governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, que anda às turras com o Palácio do Planalto por conta de cargos no segundo escalão do governo federal.
Independentemente do enxadrismo político que antecipa a disputa pela prefeitura de São Paulo, por onde passará obrigatoriamente a disputa presidencial de 2014, é absolutamente inaceitável que um deputado federal que assumiu o mandato há menos de seis meses ouse rasgar os votos dos eleitores e de agora em diante passe a se dedicar a um projeto político que jamais recheou suas promessas de campanha.