Sem ter Meirelles como culpado, Mantega arruma justificativas estapafúrdias para a inflação

Debaixo do tapete – No período em que comandou o Ministério da Fazenda sob o manto do então presidente Luiz Inácio da Silva, o ministro Guido Mantega, que continua no cargo, disse repetidas vezes que a economia brasileira atravessava um momento magistral e que jamais sofreria qualquer tipo de solavanco. Nos últimos meses do governo do messiânico Lula as inverdades sobre a economia nacional foram mantidas a todo custo, pois era preciso eleger Dilma Rousseff, manter o projeto de poder do PT e evitar que a oposição descobrisse as barbáries cometidas pelo ex-metalúrgico que acredita ser a derradeira salvação do planeta.

À época, Guido Mantega dividia o comando da economia com o então presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o melhor nome da equipe de Lula da Silva. Quando a política econômica rosnava, Mantega tinha como alvo de suas desculpas o companheiro (sic) Meirelles.

Com Henrique Meirelles afastado dos assuntos econômicos do governo de Dilma Rousseff, o petista Guido Mantega, que semanas atrás pensou em pedir demissão, tem arrumado desculpas estapafúrdias para justificar o injustificável. Na manhã desta terça-feira, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Mantega disse que a resistência da inflação, que tem assustado dezenas de milhões de brasileiros, decorre dos preços das commodities.

Guido Mantega tem o sacro e constitucional direito de pensar e falar o que quiser, mas é preciso reconhecer que a inflação é resultado de uma política atabalhoada que foi pilotada por um despreparado que acredita ser gênio, o ex-presidente Lula. Quando, ao final de 2008, Luiz Inácio da Silva ocupou os meios de comunicação para pedir aos brasileiros a manutenção do consumo em níveis elevados como forma de minimizar os efeitos da crise financeira internacional, a tal da marolinha, anunciou-se o retorno da inflação.

Impulsionado pelo crédito fácil, o consumo irresponsável arremessou perto de 36 milhões de consumidores na chamada classe média, mas esses incautos, que acreditaram nos apelos presidenciais, hoje vivem às voltas com a inadimplência e o endividamento recorde. Mesmo diante desse cenário, o consumo continua em alta, pois a valorização do Real frente à moeda norte-americana tem facilitado cada vez mais as importações. Os preços convidativos dos produtos aniquilaram as medidas adotadas pelo governo federal para encarecer o crédito.

Para coroar de maneira ufanista a sua fala durante a reunião do “Conselhão”, Mantega disse que “em matéria de inflação o Brasil não está mal na foto”. E completou comparando as taxas brasileiras de inflação com as de outros países que enfrentam crises econômicas.

Chega a ser impressionante a falta de modéstia desses herdeiros de Aladim que recheiam o staff palaciano, pois é absolutamente evidente que o turbulento momento da economia brasileira é reflexo da herança maldita deixada por Lula, mas que nenhum companheiro tem ousadia suficiente para tocar no assunto. Até porque, se assim fizesse seria excomungado.