Crime organizado zomba do falastrão Sérgio Cabral Filho e controla vagas de estacionamento no Rio

Sem solução – Entre a promessa de um político e a realidade dos fatos há sempre uma distância sideral. Como Via Láctea as distâncias beiram o intransponível, pelo menos para nós terráqueos, o que essa turma que tem o mandato sob a axila fala não passa de conversa mole.

Dias antes de enfrentar uma sonora e constrangedora vaia no Maracanã, por ocasião da abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, o então presidente Luiz Inácio da Silva disse que, encerrado o evento esportivo continental o Rio de Janeiro teria o melhor e mais eficiente sistema de segurança pública do País. Menos de quatro anos depois, as palavras de Lula escoaram pelo ralo de maneira vergonhosa.

Para provar que a parceria selada entre Lula e o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), do Rio de Janeiro, para combater o crime organizado foi inócua e meramente eleitoreira, a bandidagem continua agindo de maneira tranqüila e à luz do dia.

Com o derrame de carros novos nas grandes cidades por conta dos incentivos do governo federal ao setor automobilístico, encontrar uma vaga de estacionamento nas principais capitais brasileiras é algo tão difícil quanto ganhar sozinho um polpudo prêmio da Mega-sena. De tal modo, o motorista acaba diante de uma encruzilhada. Encarar os preços abusivos cobrados pelos estacionamentos privados ou aceitar as imposições dos chamados flanelinhas.

No Rio de Janeiro, segunda mais importante cidade do País, as vagas de estacionamento nas ruas e avenidas agora são controladas pelas milícias, grupo fora da lei que reúne criminosos, autoridades que apostam na impunidade e agentes bandidos da segurança pública. Quando forças policiais tomaram as favelas da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, na Zona Norte da capital fluminense, Cabral Filho, fanfarrão como sempre, apareceu diante de câmeras e microfones como se fosse um general que acabara de atravessar o Portão de Brandemburgo, em Berlim.

Na verdade, as operações no Complexo do Alemão e na Favela da Rocinha – esta mais recente – só não foram coroadas de êxito porque policiais ligados aos traficantes detalharam a ação com antecedência, o que permitiu a fuga dos criminosos. Enquanto isso, com o apoio do galhofeiro Sérgio Cabral Filho, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, também do PMDB, se preocupa com o cidadão que faz xixi no muro da esquina mais próxima. Enfim, o que nos resta á endossar a velha teoria de que cada povo tem o governante que merece.