Salários – Três integrantes da Associação dos Ex-Soldados Especializados da Aeronáutica (Anese) que escalaram nesta quarta-feira (27) o mastro da bandeira do Brasil que fica ao lado da Praça dos Três Poderes, acabam de deixar o local. Eles reivindicam a reintegração aos quadros da Aeronáutica e foram aplaudidos por cerca de 30 pessoas também ligadas à Anese que os aguardavam no solo. Há cerca de duas semanas um homem também subiu no mastro e ateou fogo em parte da bandeira. Com declarações desconexas, ele foi convencido pelos bombeiros a descer do mastro após horas de negociação.
Anderson Portela e Marcelo Costa Lopes, do Distrito Federal, e Henrique César, do Pará, estavam no alto do mastro desde as 2 horas, e só decidiram descer depois que a Polícia Militar alertou-os sobre o enquadramento no crime de dano ao patrimônio público. Os três tinham comida e água suficiente para três dias, informa o “Clica Brasília”.
Ao descer, Marcelo Costa Lopes disse que hoje, com a manifestação, esperava ser recebido pela presidenta Dilma Rousseff. “Espero que essa loucura tenha tocado no coração da presidenta, que é mãe e que é avó. Nós, que somos pais e mães de família, só queremos o nosso emprego de volta”.
Durante a manifestação, os três penduraram uma faixa no mastro da bandeira com frases como “O que vale mais: 36 caças franceses ou milhares de pais de famílias demitidos injustamente pela FAB [Força Aérea Brasileira]? Estamos vivendo uma democracia ou uma ditadura militar? Queremos reintegração já!”.
Desde segunda-feira (25) os ex-militares estão em frente ao Palácio do Planalto fazendo barulho com cornetas e fogos de artifícios. Na terça-feira (26), os manifestantes foram recebidos por assessores do Planalto, que reiteraram as propostas feitas pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, na quarta-feira da semana passada, de que o governo colocaria a Advocacia-Geral da União (AGU) para acompanhar o processo deles na Justiça e emitir um parecer.