A rivalidade soteropolitana vai muito além do número de troféus entre Bahia e Vitória

Cores da discórdia – Quando os maiores clássicos do futebol são o assunto da roda, é natural que falte certa harmonia entre os dois lados da conversa. Quando esse clássico envolve Bahia e Vitória, a dissintonia fica ainda mais frequente, como se a confirmação do sucesso de um dependesse necessariamente da penúria do outro.

Esse desarranjo, porém, não impede que o caloroso Ba-Vi arraste multidões para as ruas de Salvador como só se faz na época dos trios elétricos do Carnaval, com a diferença que as cores são limitadas: você só verá branco, azul e vermelho quando a primeira sílaba for vencedora, enquanto o vermelho e o preto darão o tom no caso de festa da outra metade, avalia o “Fifa.com”.

Não há um levantamento definitivo sobre o duelo – tudo depende das competições que se leva em conta, entre tantas beirando o oficial e o não-oficial – mas o consenso é de que o Bahia leva a melhor nos confrontos diretos com folga, devido a um período hegemônico iniciado em meados dos anos 40 e que perdurou até os anos 80. Entre 1944 e 1988, o time conquistou dois campeonatos nacionais e nada menos do que 31 estaduais (de um total de 43), com destaque para os sete seguidos entre 1973 e 1979.

Essa vantagem, porém, vem sendo reduzida num ritmo acelerado, com o Vitória, que tem 26 troféus estaduais, na parte de cima da gangorra. O time foi campeão baiano por 14 vezes desde os anos 90. Na década passada, só não ficou com o caneco em 2001 e 2006, ano em que o modesto Colo-Colo ousou se intrometer na disputa.