Fio da meada – Quando criticam os ocupantes do poder central, os jornalistas do ucho.info são classificados pelos palacianos como um grupo de pessoas que torcem contra o Brasil. Na realidade, o que fazemos é analisar os fatos de maneira pontual, como eles são apresentados, e alertar a população sobre as mentiras oficiais que são aspergidas a partir do Palácio do Planalto.
Nesta sexta-feira (29), o IBGE divulgou, com base no censo de 2010, que somos 190.755.799 brasileiros. Por certo esse número já é maior, pois os agentes do censo deixaram de entrevistar muitas pessoas e outras tantas nasceram de lá para cá. A mais preocupante das informações divulgadas é que o contingente de idosos apresentou crescimento de 25%.
A sabedoria popular diz que a grande vantagem da idade é a experiência que o argentar dos cabelos proporciona ao cidadão, mas tal cenário mostra que em breve teremos um colapso na Previdência Social. Mesmo com o crescimento da população brasileira, o País enfrentará falta de recursos para honrar as aposentadorias e pensões, que tendem a aumentar com o aumento da massa de idosos.
Para complicar tal situação há inúmeros fatores, muitos dos quais já deveriam estar equacionados, o que não aconteceu por causa de um Estado que desconhece o estrito significado da palavra planejamento. Depois de anos seguidos de insano esforço dos brasileiros para sepultar a inflação, o mais temido dos fantasmas da economia volta no rastro da mitomania megalômana de Luiz Inácio da Silva, que tentou transformar o Brasil na versão vermelha do país das maravilhas. Em seu retorno, a inflação faz com que mais uma vez os brasileiros repensem o planejamento familiar, o que certamente refletirá na base de contribuição da Previdência Social. E a consequência para as próximas gerações será um rombo no caixa do setor, assunto que só será solucionado com o Estado atropelando os chamados direitos adquiridos.
Se a base de contribuição da Previdência Social não cresce na mesma proporção que aumenta o número dos que têm direito a aposentadorias e pensões, a possibilidade do desemprego, ou até mesmo a geração mais lenta de novos postos de trabalho, pode incrementar o caos no setor. Com muitos brasileiros empurrados pelo Estado para a abertura do próprio negócio, o não recolhimento dos tributos sociais e previdenciários pode ressurgir nessa extensa seara de novos empresários, que já priorizam os pagamentos por causa das dificuldades econômicas e do endividamento recorde que ronda a incauta sociedade brasileira, que acreditou no milagre do crédito fácil e do consumo irresponsável.
Mas há também um fator que merece a atenção, mesmo que para as autoridades seja alvo de desdém generalizado. A baixa qualificação do contingente laboral verde-louro limita os salários da grande maioria dos trabalhadores, situação que consequentemente compromete os valores das contribuições previdenciárias e complica ainda mais o já quebrado caixa da Previdência Social.
Essa conjunção de fatores permite antecipar o que acontecerá em futuro não tão distante. Como antídoto para a pressão por ocasião do aumento do salário mínimo, o Palácio do Planalto apelou para uma decisão que, relembrando os anos de chumbo, indexa os reajustes salariais dos próximos anos, o que acontecerá por decreto presidencial.
Como se sabe, por um lado as autoridades palacianas se esforçam para fazer a economia crescer acima da média, mas por outro continua perdendo a guerra para a inflação. A combinação desses dois ingredientes aponta para índices inesperados de reajuste salarial. Com isso, os aposentados e pensionistas terão pela frente anos de muita briga para fazer valer o que lhes é devido.