Fim do caminho – Em meados de 2006, quando se preparava para disputar a reeleição tendo como adversário o tucano Geraldo Alckmin, o messiânico Luiz Inácio da Silva disse, sem medo de errar, que a saúde pública no Brasil estava a um passo da perfeição. À época, Lula sabia que se tratava de uma sonora mentira, mas preferiu seguir a trilha da mitomania para ludibriar a parcela incauta da opinião pública e garantir sua segunda vitória seguida nas urnas.
Meses depois, o próprio Lula da Silva foi obrigado a reconhecer que seu discurso foi totalmente mentiroso, algo que se vociferado pela oposição seria alvo das estridentes críticas petistas. Prova maior da mentira de então foi o fato de Lula ter sugerido a Fernando Lugo, alvejado por câncer linfático, um tratamento no Hospital Sírio-Libanês, reduto médico de nove entre dez autoridades.
Para contrariar ainda mais as palavras do então presidente, na última semana um leitor do ucho.info, que há anos luta contra um câncer, procurou o atendimento do SUS após perder o plano de saúde privada por não ter condições de pagar as abusivas mensalidades.
Na Santa Casa de São Paulo, o paciente permaneceu internado durante quatro dias, quando foi constatado o retorno da doença. Nesse período, o leitor não recebeu dos agentes da saúde um comprimido sequer, nem mesmo para aplacar as fortes dores decorrentes do mal que vem enfrentando com extrema dificuldade.
Se Lula da Silva mentiu de forma desavergonhada em 2006, agora em 2011 o governador Geraldo Alckmin, médico de formação, poderia explicar como se enfrenta um câncer no mais iro e importante estado brasileiro. Até porque, no país cuja Constituição garante que todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, alguns são mais iguais que a extensa maioria.