Explosões para roubar caixas eletrônicos podem ceifar vidas e destruir quarteirões inteiros

Sem limites – Os roubos a caixas eletrônicos em São Paulo estão sendo tratados de forma minimalista pelas autoridades ligadas à segurança pública. Enquanto o governo paulista se preocupa com as estatísticas do setor, o que em tese conta pontos para as campanhas eleitorais, os criminosos agem livremente, provocando pânico e terror na maior metrópole brasileira.

Depois da onda de assaltos a joalherias, os marginais retomaram os roubos a caixas eletrônicos e intensificaram de forma assustadora suas ações, o que tem levado muitos estabelecimentos comerciais a desistir de ter o equipamento para atender e atrair clientes. Para encurtar o tempo da incursão criminosa e aumentar o percentual de sucesso da operação, os criminosos têm utilizado dinamite, muitas vezes em quantidade muito superior ao que exige uma explosão de pequeno porte.

Na capital paulista, por exemplo, muitos dos caixas eletrônicos que funcionam à noite estão em supermercados e postos de gasolina. Uma carga maior de dinamite pode mandar pelos ares não apenas um revendedor de combustíveis, mas um quarteirão inteiro. Por enquanto há quem diga que tal pensamento é mera teoria da conspiração, mas quando algo parecido acontecer muitos certamente se recordarão do nosso alerta.

Na tentativa de intimidar os ladrões, os bancos instalaram em alguns caixas eletrônicos um dispositivo que mancha as notas roubadas. Trata-se de um procedimento que já provoca polêmica, pois um terceiro de boa fé que receber uma cédula produto de roubo não pode ser classificado como criminoso e muito menos arcar com o prejuízo. Fora isso, é preciso mostrar à população a aparência de uma cédula roubada e manchada, pois muitas notas trazem manchas e inscrições feitas por pessoas que desconhecem o que é cidadania. A decisão do Estado de empurrar para a sociedade as suas responsabilidades – a segurança pública é uma delas – prova a falência irreversível do poder público.

No contraponto, a ousadia dos ladrões de caixas eletrônicos deixa claro que a possibilidade de novos ataques de organizações criminosas, a exemplo do que aconteceu em 2006, não deve ser descartada. Até porque, conseguir dinamite não é operação para os chamados ladrões de galinhas.