Crime organizado continua reinando no Rio e laboratório de traficante mostra inoperância de Cabral Filho

Falando demais – Por ocasião da abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007, o então presidente Luiz Inácio da Silva garantiu que o Rio de Janeiro, encerrado o evento esportivo, teria o melhor e mais eficiente sistema de segurança pública do País. Os anos passaram e nada do que foi prometido aconteceu.

O sempre falastrão Sérgio Cabral Filho (PMDB) aproveitou a proximidade com Lula para embalar sua campanha à reeleição, mas as promessas feitas pelo governador do Rio de Janeiro, no início de 2007, de acabar de uma vez com o crime organizado, continuam como figura de retórica e nada mais.

Depois das tragédias de Angra dos Reis, Niterói e cidades serranas, o que o obrigou a um sumiço de ocasião, Cabral Filho voltou à cena política à época da tomada do Complexo do Alemão por forças policiais e militares. Sempre lembrando que os chefões do tráfico conseguiram escapar com antecedência por conta da ajuda de policiais corruptos.

Animado com a operação no Complexo do Alemão, o governador Sérgio Cabral Filho endossou o desembarque de tropas policiais na favela da Rocinha, na Zona Sul da capital fluminense, mas a ação, pelo menos por enquanto, não foi bem sucedida, por mais que as autoridades afirmem o contrário.

Seis meses depois da ocupação do Complexo do Alemão, os militares que comandam a operação falam em derrota do tráfico de drogas no atacado, sendo que na região o que predomina são as vendas de varejo. Acontece que os barões das drogas migraram para outros locais e selaram parcerias com traficantes donos de outras áreas da Cidade Maravilhosa.

Na noite de quarta-feira (11), um laboratório de drogas na favela da Rocinha, no bairro de São Conrado, foi alvo de explosão e deixou pelo menos dez pessoas feridas, todas levadas para os hospitais Miguel Couto, Souza Aguiar e o Federal do Andaraí. De acordo com informações preliminares, o tal laboratório pertence ao traficante Nem.

O episódio mostra não apenas que o tráfico continua mandando no Rio de Janeiro, mas também que o sistema de segurança pública prometido por Lula parou no discurso e na conhecida incompetência de Sérgio Cabral Filho.