Bolsonaro caiu na esparrela de Marinor Brito, que não se lembra da homofobia de Lula e Marta Suplicy

Dois pesos, duas medidas – Para os esquerdistas, quase sempre radicais, apenas o que a esquerda faz pode ser considerado como a derradeira solução para as mazelas do planeta. Na opinião dos integrantes da direita, as ações da esquerda são míopes e utópicas, além de populistas e ditatoriais. E a recíproca é verdadeira em sua plenitude e abrangência. Não é de hoje que esquerda e direita vivem às turras, mas no Brasil, essa louca Terra de Macunaíma, a situação chega às raias da insanidade.

Quando o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) caiu na esparrela do programa humorístico CQC, que escalou Preta Gil para indagar o parlamentar sobre homossexualismo, formou-se naquele momento o que a esquerda tupiniquim mais aguardava. A chance de apresentar à opinião pública a direita como uma facção criminosa que desrespeita o direito de livre escolha do cidadão em relação à orientação sexual.

Diferentemente do pensam os partidos de esquerda e os oportunistas de plantão, que pegam carona no imbróglio para conquistar os quinze minutos de fama a que cada terráqueo tem direito, a popularidade de Bolsonaro cresce em seu reduto eleitoral a cada tacape que lançam contra sua figura. É aquela velha teoria da massa do pão, que cresce a cada sovada.

Na semana que ora se despede, o Senado Federal foi palco de cena degradante, que contrapôs o deputado Jair Bolsonaro e a senadora Marinor Brito (PSol-PA), que não fará falta ao cenário político ao ser substituída pelo polêmico Jader Barbalho, que escapou da guilhotina da Lei da Ficha Limpa.

Durante sessão da Comissão de Direitos Humanos, Marinor e Bolsonaro se estranharam e por pouco não chegaram às vias de fato. O entrevero se deu porque o deputado fluminense adentrou a sessão para protestar contra o projeto que criminaliza a homofobia e aproveitou para criticar uma cartilha do governo federal destinada às escolas de primeiro grau e que incentiva o homossexualismo. A partir de então, a barafunda tomou conta dos corredores da Câmara Alta.

Relatora do projeto em questão, a senadora Marta Suplicy (PT-SP), nacionalmente conhecida como madrinha da parada gay da cidade de São Paulo, apresentou emenda ao projeto para garantir aos religiosos o direito de tecer críticas à união estável entre pessoas do mesmo sexo. Mas tal emenda acabou rejeitada. A proposta de Marta Suplicy não passou de um ato de oportunismo político, pois a senadora, que é pré-candidata à prefeitura paulistana em 2012, não quer problemas com a comunidade gay, ao mesmo tempo em que não pode perder os votos das comunidades religiosas e conservadoras. É aquela velha tese do morde e assopra.

A atitude de Marinor Brito de disparar contra Bolsonaro adjetivos como “criminoso”, “pedófilo” e “homofóbico”, além de afirmar que o deputado deveria estar na cadeia, serviu para inserir a senadora paraense na mídia, pois até agora ela não mostrou a que veio. De igual modo, seu destemperado palavrório fez com que a companheira Marta Suplicy adotasse silêncio obsequioso, pois quando disputou o trono da Pauliceia Desvairada, em 2008, a então candidata petista duvidou publicamente da masculinidade de Gilberto Kassab, seu adversário, o que lhe rendeu uma monumental derrota nas urnas.

Como se sabe, a esquerda dessa baderna chamada Brasil tem no messiânico Luiz Inácio da Silva uma espécie de fonte de inspiração e alvo de adoração, mas os esquerdistas parecem não se lembrar que Lula, durante a campanha de 2002, destilou, em tom jocoso, o seu preconceito ao declarar que a cidade gaúcha de Pelotas é um pólo exportador de viados.

Diante de tais fatos, que a sociedade por questões de indolência do pensamento prefere não se lembrar, cabe à senadora Marinor Brito uma explicação sobre o que pode e o que não pode no país que, à base do populismo pirotécnico e mentiroso, avança cada vez mais na direção da ditadura civil.

A qualquer cidadão não cabe o direito ignaro de questionar a orientação sexual de seu semelhante, pois cada qual tem uma receita de felicidade. Preferências sexuais à parte, o triste episódio serviu para mostrar que Jair Bolsonaro, Marinor Brito e Marta Suplicy são absolutamente iguais e não farão falta alguma quando deixarem a política. Seja por decisão própria, seja por vontade das urnas, seja por providência divina.

Programa eleitoral da petista Marta Suplicy exibido na campanha de 2008


O candidato Lula mostra seu preconceito ao fazer piada com os pelotenses