“Paternalismo” do governo federal é o motivo da falência de brasileiros na fronteira gaúcha

Benefícios – Senadora pelo capítulo gaúcho do Partido Progressista, Ana Amélia Lemos classificou como “paternalista” o tratamento que o Brasil tem dado aos vizinhos países do Mercosul. Em seu pronunciamento na manhã desta sexta-feira (13) no plenário do Senado, a parlamentar reclamou da inércia da administração federal.

Declarações semelhantes foram feitas nos últimos dias por conta da renovação do acordo com o Paraguai. O Brasil passará a pagar valor triplicado pela energia excedente da Binacional Itaipu. A notícia da aprovação do acordo pelo Senado, na noite de quarta-feira (11), seria transmitida pessoalmente no domingo (15) por Dilma Rousseff (PT).

Como a saúde da presidente não anda bem, ela será representada pelo presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AP). Em declaração feita hoje e registrada pela “Agência Senado”, Sarney afirmou que o tratado de Itaipu “foi um passo importante para fortificar as relações entre Brasil e Paraguai. Acho que o Brasil agiu bem na revisão que fez. Nem nós demos o que eles pediram, nem tivemos qualquer prejuízo”.

Ana Amélia afirmou que comerciantes brasileiros do extremo sul gaúcho estariam falindo por não conseguirem enfrentar a concorrência com os comerciantes uruguaios. Para enfrentar o problema, a parlamentar defendeu a criação de “free shops” nas cidades de Jaguarão, Quarai, Livramento e outras fronteiriças com o Uruguai.

Segundo a senadora, o governo brasileiro, apesar de sofrer restrições comerciais do bloco, continua com a política de beneficiar os países vizinhos. Ela citou a barreira comercial adotada pela Argentina em relação às máquinas e equipamentos agrícolas brasileiros e a criação de “free shops” pelo governo uruguaio na fronteira com o Brasil, que prejudicam os empresários verde-louros.

Com as restrições, a Argentina impediu nos últimos meses a entrada de oitocentas máquinas brasileiras em seu território. Em consequência, mais de trezentos trabalhadores dessas indústrias foram demitidos e as empresas já pensam em se transferir para o país lindeiro e passar a enfrentar a concorrência brasileira.