De Norte a Sul do País, decisões e rivalidades regionais para ninguém colocar defeito

Dia “D” – O domingo foi daqueles dias para fazer as rivalidades regionais do Brasil afora ganharem ainda mais intensidade. Afinal, clássicos em todos os cantos tinham em jogo as taças dos estaduais nas partidas de volta das decisões. E a rodada derradeira deixou claro que abrir vantagem no primeiro confronto não é de vitória no final.

Que o digam, sobretudo, o Atlético Mineiro e o Grêmio. Os dois venceram seus jogos da semana passada e, no domingo (15), sofreram golpes doloridos ao perder o titulo para seus arquirrivais.

Após ter marcado 2 a 1 na partida de ida da decisão do Campeonato Mineiro, o Galo entrou com a vantagem do empate diante do Cruzeiro, e até que o sustentou até os 30 minutos do segundo tempo, quando Wallysson abriu o placar – que, àquela altura, levaria a decisão para os pênaltis. O domínio cruzeirense era absoluto, e se traduziu no segundo gol da equipe, um chutaço de Gilberto de fora da área que valeu o titulo e a recuperação depois da traumática eliminação da Copa Libertadores da América para o Once Caldas nas oitavas de final.

“Esta é uma resposta para nossa saída prematura de uma competição que esperávamos tanto. A gente saiu daquela maneira e quero pedir desculpas pela expulsão naquela partida”, disse o meia Roger, referindo-se à derrota para o Once Caldas em que levou um cartão vermelho ainda no primeiro tempo.

Mas nenhuma tensão foi tão alta quanto aquela vivida por Grêmio e Internacional no Estádio Olímpico: com a vitória por 3 a 2 no Beira-Rio no primeiro jogo, o Tricolor entrou com a vantagem e ainda abriu o placar, mas o Colorado batalhou com gols de Leandro Damião, Andrezinho e D’Alessandro, de pênalti, e abriu 3 a 1. Aos 36 do segundo tempo, porém, uma falha de Renan num cruzamento à área permitiu que Borges decretasse o placar final e levasse a partida para os pênaltis. Foi então que, de vilão, Renan tornou-se o herói do dia: o gremista Victor pegou dois pênaltis, mas o colorado agarrou três cobranças e garantiu a comemoração da equipe em plena casa do rival, com 5 a 4 na disputa.

Mais uma comemoração que teve um quê de desabafo pela eliminação na Copa Libertadores – para o Peñarol, em casa – e até pela derrota na semifinal da Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2010, para o TP Mazembe. “O nosso time foi hostilizado toda a semana. Todo mundo disse que a gente não tinha condição. Que a gente não tinha garra, que era velho. A prova está aí”, disse Nei. “É um título especial para os jogadores. Eles passaram a semana apanhando”, completou o recém-chegado técnico Paulo Roberto Falcão.

Outro técnico com pouco tempo no cargo e que já celebrou sua primeira conquista foi Muricy Ramalho, que completou 11 jogos à frente do Santos ainda sem conhecer derrota ao ver seu time bater o Corinthians por 2 a 1, com gols de Arouca e Neymar. O comandante saiu contente com a performance da equipe, que vem numa maratona de jogos decisivos, entre Paulistão e Copa Libertadores da América.

“Sinceramente, o Corinthians não teve chances. Se teve alguém que mereceu ganhar esse jogo, foi o Santos”, disse o treinador. “Mas agora não dá tempo de comemorar muito, não, porque quarta-feira já vem outra batalha”, advertiu o técnico, referindo-se à partida de volta diante do Once Caldas, pelas quartas de final da Libertadores.