Manobra repentina de partido da base do governo suspende reunião que convocaria Palocci Filho

Mais consultorias – O presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, Sérgio Brito (PSC-BA), cancelou a reunião em que seria votado o requerimento de convocação do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci Filho. A justificativa é que a primeira vice-presidente, Rose de Freitas (PMDB-ES), convocou sessão plenária na Casa. A Procuradoria-Geral da República também investiga o caso. O PPS pediu abertura de inquérito por enriquecimento ilícito.

O regimento interno da Câmara prevê que as comissões não podem funcionar quando há votações no plenário da Casa. Entretanto, Sérgio Brito preferiu cancelar a reunião e não apenas suspendê-la durante a votação de plenário. A próxima reunião da Comissão está marcada para a próxima quarta-feira (25).

Nesta quarta-feira, o jornal “O Estado de São Paulo” publicou que pelo menos cinco ministros do governo federal têm empresas de consultoria que continuam ativas em pleno exercício do cargo. Enquanto o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, mudou o ramo de atividade de sua antiga empresa de consultoria, a Projeto, atendendo à recomendação da Comissão de Ética da Presidência, os colegas de Esplanada não fizeram o mesmo. São eles: Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Comércio e Indústria), José Eduardo Martins Cardozo (Justiça), Moreira Franco (Assuntos Estratégicos), Leônidas Cristino (Portos) e Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional).

Dados da Receita Federal mostram que as empresas em nome desses cinco ministros estão com o registro “ativo” para atividades de consultoria.

Com o cancelamento da reunião, o requerimento que pede também a convocação do presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Sepúlveda Pertence, não será analisado. A oposição quer explicações sobre as declarações de Sepúlveda de que a Comissão de Ética não irá analisar o caso envolvendo o ministro da Casa Civil.

Palocci é acusado de ter multiplicado seu patrimônio por 20 nos quatro anos em que foi deputado federal. Ele teria comprado, sem financiamento, um apartamento de R$ 6,6 milhões e um escritório de quase R$ 1 milhão, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. Os imóveis foram adquiridos por sua empresa, a Projeto Consultoria Financeira e Econômica. Com informações da “Agência Brasil”.