(*) Walter Guimarães, do Contas Abertas –
Ao contrário do que possa parecer, dinheiro não é problema. Há mais de um ano, especificamente desde janeiro de 2010, os entes federativos envolvidos na realização da Copa, sabem quem tem que fazer o quê, e onde ir pegar recursos. Somente a Caixa Econômica Federal tem previsão de financiar R$ 7,1 bilhões das obras de mobilidade urbana.
Com a assinatura da Matriz de Responsabilidade, União, Estados e Cidades sedes, além do Distrito Federal, acertaram um pacto para a execução das medidas e projetos imprescindíveis para a Copa de 2014 e Copa das Confederações, um ano antes.
Os valores de financiamento e investimento para as obras de estádios, mobilidade urbana, aeroportos, portos e segurança, somam R$ 23,7 bilhões, segundo o levantamento da Controladoria Geral da União (CGU). Do total, já foram contratados R$ 11,2 bilhões, ou seja, 47%.
A terceira cláusula da Matriz de Responsabilidade regulamenta justamente o financiamento das obras dos estádios e de mobilidade urbana. Há alguns dias o Banco de Desenvolvimento (BNDES) informou que havia disponibilizado R$ 1,9 bilhão para a construção e reforma das arenas. No entanto, conforme dados disponibilizados pela CGU, até o momento, quem merece o título de melhor parceira da Copa é a Caixa Econômica.
O banco já acertou contratos de R$ 4,4 bilhões para diferentes obras de mobilidade urbana das 12 sedes. A cidade que saiu na frente, e mostra agilidade na gestão, é Belo Horizonte, com R$ 1,3 bilhão de contratos firmados e R$ 41,3 milhões já executados, aliás, único montante executado, conforme a matriz.
O baixo volume de execução, 0,9% do total, mostra que apesar de saberem onde buscar os recursos, as cidades sedes ainda não mostraram capacidade de transformarem projetos em obras realizadas.
Nestes 15 meses foram incluídas e alteradas algumas obras de mobilidade urbana, como o ocorrido em São Paulo. Inicialmente o estádio escolhido para sediar os jogos na capital paulista foi o Morumbi, na Zona Sul da cidade. Com a mudança para a região de Itaquera, na Zona Leste, novos projetos foram incluídos. Mas essas mudanças não estão refletidas diretamente nos dados disponibilizados pelo Portal da Copa, criado para o controle das ações da tal Matriz.
Até agora consta como obras na capital paulista, a construção de um monotrilho de ligação entre a linha Norte-Sul do metrô, o aeroporto de Congonhas e estádio do Morumbi. Com um detalhe, já estão contratados R$ 1,1 bilhão junto à Caixa Econômica Federal.