Congresso aprova “Cadastro Positivo” sob o manto da inadimplência e do endividamento recorde das famílias

Harakiri oficial – A semana política termina com mais uma polêmica, que à sombra do escândalo envolvendo o ministro Antonio Palocci Filho passou incólume. Dependendo apenas da sanção da presidente Dilma Rousseff, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei que cria o “Cadastro Positivo”, que, segundo os parlamentares, reduzirá o custo dos empréstimos para os chamados “bons pagadores”. Trata-se de uma lista a ser gerenciada e operada pelos órgãos de crédito que, com a expressa autorização do consumidor, disponibilizará os nomes dos cidadãos que pagam suas contas em dia.

Essa é mais uma medida travestida de democrática, mas na verdade beneficia exclusivamente os bancos, que querem continuar lucrando à vontade, mas com risco cada vez menor. A aprovação do projeto que cria o “Cadastro Positivo” mostra não apenas a insensibilidade dos parlamentares, mas também a enorme distância que separa os eleitores de seus representantes no Congresso Nacional, há muito transformado em um clube privado de negócios milionários.

Como noticiou com largueza e insistência o ucho.info, o então presidente Luiz Inácio da Silva, por ocasião dos primeiros sinais da crise financeira internacional em terras brasileiras, ocupou os meios de comunicação, no final de 2008, e pediu à população para que mantivesse em alta o consumo, como forma de evitar os efeitos do que o gazeteiro petista resolveu chamar de “marolinha”.

Acontece que esse requisitado consumo só foi possível com a concessão irresponsável de crédito, o que fez com que grau de endividamento das famílias brasileiras atingisse níveis recordes e a inadimplência disparasse. A bordo desse binômio explosivo, o tal Cadastro Positivo será mais uma ferramenta de discriminação, pois aqueles que assimilaram os apelos de Lula da Silva hoje engrossam a fila dos inadimplentes.

E o ex-presidente, magnânimo como sempre, continua circulando o planeta como palestrante que homenageia a cada instante a mitomania e suas filigranas, não sem antes colocar no bolso alguns milhares de dólares. Como disse certa vez aquele famoso e ébrio filósofo de botequim, “nunca antes na história deste país”.