Insegurança pública, obras atrasadas e ingressos com preços abusivos comprometem a Copa de 2014

Marca do pênalti – “Idiota”. Eis o termo utilizado indiretamente pelo então presidente Luiz Inácio da Silva para estocar o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, que há meses externou sua preocupação diante do caos que domina os aeroportos brasileiros. Na ocasião, Lula, bravateiro como sempre, disse, sem nominar, que as previsões do executivo da FIFA seriam desmentidas pelas ações do governo federal. Mas desde a fatídica declaração do petista até hoje nada aconteceu em prol da Copa do Mundo de 2014.

Mas engana-se quem pensa que os caóticos aeroportos brasileiros representam o único problema verde-louro para a Copa. Dias antes da abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, Lula abusou de seu conhecido messianismo de camelô e garantiu que, encerrado o evento esportivo, a cidade do Rio de Janeiro teria o melhor e mais eficiente sistema de segurança pública do País. Passados quatro anos da fracassada profecia, a Cidade Maravilhosa lamentavelmente continua na condição de faroeste a céu aberto. Tanto é assim, que três pessoas foram baleadas na manhã desta quinta-feira (26) em Del Castilho, no subúrbio do Rio.

Para complicar um pouco mais a situação, o IBGE divulgou nesta semana a informação de que nos últimos sete anos os ingressos para as partidas de futebol tiveram aumento de 152%, índice superior aos reajustes do salário mínimo no período. Recentemente, um indignado torcedor do Palmeiras, leitor do ucho.info, telefonou à redação para informar que pagou R$ 150 para assistir do setor das cadeiras numeradas uma partida do clube do coração. E tal situação deve piorar por ocasião da Copa.

De quebra, como nessa barafunda chamada Brasil as oligarquias mandam e desmandam, as partidas do mais popular esporte do planeta começam, no meio da semana, às 22 horas, o que obriga o torcedor a chegar em casa depois da 1 hora da manhã. Tudo porque a Vênus Platinada não pode perder dinheiro e muito menos contrariar os anunciantes da chamada novela das oito, que há muito começa às 21 horas.

Não faz muito tempo, para o desespero de muitos palacianos, Edison Arantes do Nascimento, o Pelé, afirmou que o Brasil seria protagonista de um tremendo fiasco durante a Copa de 2014, pois as lentas obras continuam bambeando entre o papel e o discurso.