Malas prontas – Na próxima segunda-feira (30), o PSDB realiza convenção nacional, em Brasília, ocasião em que José Serra tentará arrancar das mãos do deputado federal Sérgio Guerra (PE) a presidência nacional da legenda. Essa manobra se explica pelo fato de Guerra ter migrado para o grupo do senador Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais e pré-candidato do PSDB à Presidência da República em 2014.
Decidido a sair do ostracismo político em que mergulhou após perder a corrida presidencial para Dilma Rousseff, o ex-governador paulista está disposto a tudo, inclusive a deixar o partido. Pelo menos é esse o assunto que domina as conversas políticas na maior cidade brasileira, São Paulo.
Se depender dos companheiros de partido, José Serra será instalado na presidência do Instituto Teotônio Vilela, cujo comando interessa ao ex-senador Tasso Jereissati (CE), que em 2010 tentou sem sucesso a reeleição. O propósito de Jereissati é o mesmo de Serra, porém um pouco mais acanhado.
Para não ficar no limbo político, Serra pode deixar o PSDB rumo ao PSD, legenda criada pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab, que na seara do Executivo é cria do ex-governador paulista. Caminho idêntico deve trilhar o ex-deputado federal Gustavo Fruet, do PSDB paranaense, caso o partido lhe negue o direito de disputar a prefeitura de Curitiba em 2012.
No caso de abandonar o tucanato e ingressar no PSDB, José Serra será candidato à prefeitura de São Paulo, situação que incrementará a sucessão municipal, que começou com impressionante antecedência. Enquanto isso, o Palácio do Planalto acompanha com atenção e calado a movimentação na política paulistana, pois a sucessão presidencial pode mais uma vez passar obrigatoriamente pela Pauliceia Desvairada.