Propina – O empresário João Carlos Ibrahim Gutierrez, acusado de participar de um esquema ilegal envolvendo contratos públicos da administração municipal de Campinas, no interior paulista, foi preso na manhã desta sexta-feira (27). Já são treze os detidos, de uma lista com vinte suspeitos, contra os quais existem mandados de prisão temporária. Continuam foragidos sete dos acusados.
O vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), foi detido na noite de ontem (26) e encaminhado para o 2º Distrito Policial de Campinas, após desembarcar no aeroporto internacional de Cumbica , em Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele voltava de uma viagem ao exterior.
Dois suspeitos de integrar um esquema de fraudes em Campinas confirmaram nesta semana, em depoimento ao Ministério Público, denúncias de corrupção na prefeitura da cidade. Alfredo Antunes e o filho dele, Augusto Ribeiro Antunes, sócios da empresa Global Serviços, afirmaram aos promotores que pagaram propina para manter os contratos que tinham com a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), empresa de capital misto controlada pela prefeitura de Campinas. A informação foi dada pelo advogado de defesa dos dois suspeitos, Edson Carneiro Junior.
Segundo o advogado, os dois empresários foram “obrigados” a pagar propina diretamente ao presidente da Sanasa na época, Luíz Augusto Castrillon de Aquino. “Se não pagassem, existiria um desconto na fatura mensal”, afirmou o advogado. “A propina era uma obrigação de todas as empresas que trabalhavam lá, sob pena de ter seu contrato rescindido”.
A Global Serviços é um empresa de manutenção e jardinagem. Inicialmente, segundo Carneiro Junior, a empresa foi obrigada a prestar serviços particulares em propriedades de Aquino para garantir o contrato com a Sanasa. Mais tarde, os serviços deixaram de ser prestados e Aquino passou a exigir dinheiro para liberar os pagamentos à empresa. O advogado disse ainda que a Global repassou mensalmente a Aquino cerca de R$ 5 mil, durante dez meses. Ao todo, uma propina de R$ 50 mil.
As ações irregulares, investigadas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, referem-se a fraudes praticadas em concorrências e contratação de serviços pela Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), empresa de saneamento de economia mista controlada pela prefeitura de Campinas.
Foram presos na última sexta-feira (20) o diretor da Sanasa Aurélio Cance Junior e os empresários Ricardo Cândia, Valdir Carlos Boscatto e Gregório Vanderlei Cerveira, todos em Campinas. No mesmo dia, a Polícia Civil prendeu nas cidades de Jundiaí, Vinhedo, Jaguariúna e São Paulo os empresários Marcelo Quartim Barbosa de Figueiredo, Luiz Arnaldo Pereira Mayer, Pedro Luiz Ibrahim Hallack, João Tomás Pereira Junior, Alfredo Ferreira Antunes e Augusto Ribeiro Antunes. Todos foram encaminhados para o 2º DP.
Continuam foragidos Dalton dos Santos Avancini, Ivan Goretti de Deus, Emerson Geraldo de Oliveira, José Carlos Cepera e Maurício de Paulo Manduca, Francisco de Lagos Viana Chagas (ex-secretário de Comunicação) e Carlos Henrique Pinto (ex-secretário de Segurança Pública).
De acordo com o MP, Oliveira, Cepera e Manduca já estiveram presos em outubro do ano passado por participação no comando de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo prefeituras e empresas públicas nos estados de São Paulo e no Tocantins. Com informações das agências de notícias.