Depois de criticar Lula da Silva, presidente nacional da OAB quer afastamento de Palocci Filho

Panos quentes – Na entrevista que concedeu há pouco na sede da OAB, o presidente do conselho nacional Ophir Cavalcante Júnior pediu o afastamento imediato do cargo do ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci Filho. A licença seria adequada para evitar a contaminação nas investigações. “A apuração seria mais tranqüila”, afirmou Cavalcante.

“O pedido de afastamento é algo que soaria muito bem no âmbito da sociedade. É algo que deixaria o governo Dilma muito mais tranqüilo. No entanto, isso vai depender de uma avaliação política e interna por parte do governo. Do ponto de vista da sociedade o afastamento daria muito mais credibilidade para a versão que vem sendo apresentada pelo ministro Palocci”.

Na direção contrária da OAB, está o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB), que na semana passada selou um acordo com o seu partido para blindar Palocci. Na manhã de hoje, ele garantiu a interlocutores que a denúncia contra o ministro seria coisa superada.

Duas semanas depois de revelada a vultosa evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, o que gerou suspeitas sobre tráfico de influência, a Controladoria-Geral da União (CGU) se recusa a abrir sindicância para avaliar o caso, apesar de decreto presidencial vigente determinar a investigação a partir de notícia ou de indícios de enriquecimento ilícito e evolução patrimonial incompatível de agentes públicos, informou o “Estado de S.Paulo”.

No último sábado (28), Ophir Cavalcante fez outra declaração polêmica. Disse que a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para fazer uma reforma política no Brasil é inconstitucional e um golpe contra o Estado Democrático de direito que vivemos no país.

A afirmação durante a caminhada cívica em protesto à corrupção e à impunidade no meio político paraense sobre a proposta apresentada pelo ex-presidente Lula na sexta-feira (27) durante reunião com representantes de centrais sindicais. Para o presidente nacional da OAB, Constituinte só se justifica quando há ruptura institucional, que “não é o caso”.