Preços em alta – Nos oito anos em que permaneceu no Palácio do Planalto, o então presidente Luiz Inácio da Silva pegou carona no slogan “Brasil, um país de todos”. Demagogia pura e barata, pois a profecia marqueteira sequer deixou a logomarca de um governo que se notabilizou pela pirotecnia discursiva e pelos seguidos escândalos de corrupção, o que faz com que o País seja da mesma minoria de sempre.
Sua sucessora, a neopetista Dilma Vana Rousseff, surgiu na cena político-eleitoral como a garantia de continuidade, como lembramos na edição desta terça-feira (31). Após se instalar no Palácio do Planalto, Dilma não demorou muito para adotar um slogan populista para o seu governo. “País rico é país sem pobreza”, carrega a logomarca da administração da mulher que no passado fez duras críticas aos atuais companheiros, que a eles dispensava o pejorativo comentário “essa gente”.
Ainda sem comprovar a competência que foi exaustivamente anunciada durante a corrida presidencial, Dilma está muito longe de fazer com que o Brasil, rico como dizem, seja um país sem pobreza. Afinal, os preços dos alimentos não param de subir. E quando acontece o contrário, queda nos preços, é porque determinados produtos perderam qualidade.
Para complicar ainda mais o inócuo esforço oficial para vencer a inflação, o preço do pão, massas e biscoitos deve aumentar dentro de algumas semanas. Nas padarias de todo o País não se sabe de quanto será o reajuste, mas os moinhos já aumentaram o preço da farinha de trigo em até 20%, dependendo da região. A farinha é o principal ingrediente na elaboração do sacro e necessário pão de cada dia, mas não é o produto que causa mais impacto no preço final. A mão de obra registrou aumento de até 7%, enquanto as embalagens (sacos plásticos) subiram 20% em função da alta do pretróleo. Além disso, a energia elétrica teve aumento de 10% nos últimos meses.
Na região Nordeste, o pão francês, aquele que adorna o café da manhã de nove entre dez brasileiros, é vendido, em média, a R$ 6 o quilo. Na maior cidade brasileira, São Paulo, a situação é mais complicada. Na Zona Sul da capital dos paulistas, um quilo do pão francês é vendido a R$ 9,40. No caso de um trabalhador comer apenas dois pãezinhos por dia, ao final de um mês ele terá gasto R$ 30, o que equivale a 5,5% do rico salário mínimo.
Quando um governo se vale de frases de efeito para ludibriar a opinião pública, é porque aquela folclórica luz no final do túnel queimou.