Planalto monta tropa de choque para evitar convocação de Palocci em sete comissões da Câmara

Estratégia de esvaziamento – Na agenda das comissões permanentes desta terça-feira (31) há dezesseis itens nas pautas de discussão, que vão desde a reforma política à PEC 300, que estabelece o piso nacional de salário para as polícias e bombeiros militares. O número demonstra que as atividades na Câmara serão intensas, mas nada se compara aos trabalhos da quarta-feira (1), que promete não pela variedade de assuntos que serão discutidos, mas por provocação cara ao Palácio do Planalto.

Para quarta-feira estão programadas a análise de nada menos 11 requerimentos de convocação do ministro-chefe da Casa Civil e deputado federal licenciado Antonio Palocci Filho. Os requerimentos estão previstos para votação em sete comissões – Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Urbano, Fiscalização Financeira, Finanças, Segurança Pública, Turismo e Viação e Obras.

Para evitar surpresas, os líderes da base partidária do governo discutiram estratégias para que nenhum dos requerimentos acabe aprovado. Na reunião da manhã desta terça-feira (31) foram criadas tropas de choque nas comissões em favor de Palocci. A ordem do Palácio do Planalto foi clara: a base deve trabalhar em sintonia com o governo, independentemente das sérias desavenças, em especial a que contrapõe o PMDB e o PT.

A mobilização tem por finalidade esvaziar a oposição, que basicamente faz um pedido simular. Requer a convocação de Palocci para prestar esclarecimentos sobre contratos de consultorias realizadas pela Projeto Consultoria, Planejamento e Eventos Ltda. às empresas LG, Samsung, Claro-Embratel, TIM, Oi, no período de 2006 a 2011.

Neste espaço de tempo, o seu dono, o ministro Palocci Filho, multiplicou por vinte seu patrimônio. Somente em um dos contratos de consultoria, segundo o senador pelo PT de São Paulo, Eduardo Suplicy, Palocci embolsou R$ 1 milhão. Há suspeitas de que estas consultorias tenham sido uma fonte de irrigação financeira da campanha presidencial e de uma ONG pertencente ao ex-presidente Lula da Silva.

Os requerimentos são assinados por diferentes parlamentares da oposição. Em um deles, o deputado Pauderney Avelino (DEM-MA) pede para que o ministro da Casa Civil explique a evolução patrimonial de seus bens em quatro anos. O pedido será analisado na Comissão de Finanças.