Privatização dos aeroportos mostra que PAC foi fanfarrice e a era Lula uma mentira sem precedentes

Fiasco oficial – Não faz muito tempo, o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, ousou externar sua preocupação com os aeroportos brasileiros, absolutamente defasados para a Copa do Mundo de 2014. Fazendo da deselegância o combustível de seu messianismo, Luiz Inácio da Silva, na ocasião, chamou Valcke indiretamente de idiota. E a ofensa valeu também para todos aqueles que acreditavam – e continuam acreditando – que o Brasil não tem qualquer condição para sediar um evento esportivo de grande magnitude.

Passados alguns meses daquela fatídica resposta de Lula, os brasileiros assistem a presidente Dilma Rousseff jogar a toalha e entregar para a iniciativa privada o controle e a operação de três importantes aeroportos nacionais: Governador André Franco Montoro (Cumbica – Guarulhos), Viracopos (Campinas), Juscelino Kubitscheck (Brasília). De fora da primeira leva a ser privatizada ficaram os aeroportos Tom Jobim (Galeão – Rio de Janeiro) e Confins (Belo Horizonte).

A decisão presidencial mostra que as pirotécnicas promessas de Lula da Silva eram um amontoado de mentiras, assim como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), nas versões I e II. Até porque, em um país com dimensões continentais como o Brasil o crescimento passa obrigatoriamente pelos aeroportos. As empresas que assumirem o controle dos aeroportos que serão privatizados deverão realizar obras e melhorar a qualidade dos serviços prestados.

Por mais que o investimento privado ocorra com menos burocracia, a engenharia tem seus dogmas, os quais devem ser respeitados para que o resultado de uma obra não seja comprometido. Em outras palavras, é um ato de irresponsabilidade imaginar que empresas privadas conseguirão aprontar os aeroportos para a Copa de 2014. Na verdade, os aeroportos brasileiros devem ser pensados e planejados com uma antecedência de pelo menos duas décadas.

A grande dúvida do anúncio do Palácio do Planalto está na participação do governo nessa operação, que se dará por meio do modelo de Sociedade de Propósito Específico, o que em outras palavras significa uma parceria público-privada. De acordo com nota divulgada pela assessoria da Presidência da República, a Infraero, braço do governo no setor aeroportuário nacional, poderá ter até 49% de participação no negócio, ficando para a iniciativa privada os outros 51%. Isso mostra que o governo federal quer transferir o problema para terceiros, mas deseja manter o poder de ingerência.

Todo esse cenário de caos deixa evidente que os oito anos da era Lula da Silva em nada contribuíram para o desenvolvimento do País. Mesmo assim, nesse período que parecia não ter fim, Lula abusou do bordão “nunca antes na história deste país”. E o ex-metalúrgico tinha razão, pois a prova maior está aí para quem quiser conferir.