Lenha na fogueira – Enquanto Antonio Palocci Filho foge das explicações sobre a evolução misteriosa do seu patrimônio, o governo da presidente Dilma Rousseff sangra diante de uma oposição sedenta por uma oportunidade para recuperar o viço de outrora.
Desde que o nome da construtora WTorre, do empresário Walter Torre Júnior, veio à baila na condição de uma das empresas para as quais Palocci Filho teria prestado consultoria, a situação do ministro-chefe da Casa Civil tem piorado a cada dia. A mais nova polêmica na seara de Palocci tem como pano de fundo o Estaleiro Rio Grande, no Rio de Janeiro, construído para viabilizar a produção de plataformas petrolíferas, uma das promessas de Lula da Silva.
Acontece que para tocar o empreendimento a WTorre conseguiu, em 2008, um empréstimo no valor aproximado de R$ 200 milhões, dinheiro que teria saído do Fundo da Marinha Mercante. Dois anos mais tarde, em 2010, o tal estaleiro (incluso o complexo portuário) foi vendido por R$ 410 milhões, sendo que o negócio teria caído nas mãos da Engevix e da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), responsável pela gestão do fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal.
A participação do agora milionário Antonio Palocci Filho pode ter acontecido como forma de convencer o Funcef a entrar no negócio. Na outra ponta do novelo que faz com que Palocci fique cada vez mais enrolado está o Banco Santander, que detém 8,55% das ações da WTorre, com quem brigou recentemente por conta de uma multa de R$ 135 milhões, originada pelo atraso na entrega de um imóvel em São Paulo.
De quebra, a WTorre é a empresa responsável pela construção da Arena Palestra, o novo estádio do Palmeiras, com cuja diretoria a construtora teve problemas. Paralisada, a obra do estádio alviverde só foi retomada depois que a diretoria do clube assinou novos documentos.