Permanência de Palocci depende de parecer e da coragem do procurador-geral da República

Cabeça a prêmio – O senador Pedro Simon (PMDB-RS) subiu há pouco na tribuna do plenário do Senado Federal para pedir o “afastamento temporário” imediato de Antonio Palocci Filho do Ministério da Casa Civil. “Deve ser hoje, de preferência”, disse o parlamentar que integra o grupo de sete senadores do chamado PMDB autêntico. Simon acha que a crise que se arrasta há duas semanas está prejudicando a administração de Dilma Rousseff. O senador gaúcho é da base governista, embora tenha diferenças conceituais com o líder da bancada, Renan Calheiros (AL).

Nos bastidores da política, parlamentares de diferentes partidos que dão sustentação ao governo Dilma admitem que a situação de Palocci não é das melhores. Facções do próprio partido do ministro, o PT, já admitem publicamente que a melhor saída para o governo é a demissão do ex-deputado e ex-ministro da Fazenda.

É consenso também de que a situação do ministro-chefe da Casa Civil deverá ser definida pelo relatório da Procuradoria-Geral da República, que pode ou não pedir investigações acerca do enriquecimento de Antônio Palocci. O parecer da PGR está previsto para ser divulgada nesta sexta-feira (3).

A indicação pela investigação do Ministério Público Federal dependerá do entendimento do procurador-geral Roberto Gurgel. “Depende de sua coragem”, resumiu um senador governista. A observação é pertinente porque o mandato de Gurgel termina no dia 22 de julho e sua recondução dependerá do bom humor da presidente Dilma Rousseff.

Gurgel venceu as eleições internas do MPF, obtendo a maior parte dos votos dos colegas. Em segundo lugar ficou Rodrigo Janot e em terceiro, Ella Wiecko. A lista tríplice foi encaminhada à Presidência da República, pois a presidente poderá escolher um dos nomes para presidir a Procuradoria-Geral. Nas últimas nomeações, o ex-presidente Lula da Silva escolheu o mais votado.