Diário oficial publica demissão de Palocci e de seu fiel escudeiro Kontic, o homem das notas fiscais

Cartas – O Diário Oficial da União publica hoje a exoneração “a pedido” do ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci Filho. Na mesma edição a Presidência da República anuncia na portaria 1.112, a demissão de Branislav Kontic, do cargo de assessor-chefe da Assessoria Especial da Casa Civil da Presidência da República.

Kontic é o braço direito de Palocci. No início de junho, a reportagem do ucho.info informou que uma colaboradora de Palocci Filho enviou duas curtas mensagens para um dos telefones celulares da redação. Em uma delas, afirma que as notas fiscais eram legais, mas que o ministro exagerou na quantidade de consultorias prestadas (sic) em um mês.

Em outra mensagem, mais uma vez o nome do assessor Branislav Kontic veio à tona. O então chefe de gabinete do ex-deputado Palocci acompanhava a emissão de notas fiscais da “Projeto Consultoria”. Homem de confiança de Palocci Filho, o fiel escudeiro “Brani” tinha cargo de chefia na Casa Civil.

Anos antes do início do escândalo, os jornalistas do site já tinham chamado a atenção para a atividade paralela de Palocci Filho, que à época dava os primeiros passos rumo ao milionário mundo da consultoria. Na ocasião, uma então colaboradora de Antonio Palocci Filho se encarregava da emissão da notas fiscais.

Na manhã desta quarta-feira (8), os partidos de oposição avisaram que querem que as investigações sobre a evolução patrimonial do ex-ministro não seja paralisadas. O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), esteve com o procurador da República no Distrito Federal, Paulo José Rocha Júnior, para tratar do andamento da investigação aberta pelo Ministério Público Federal (MPF-DF) contra Palocci.

Na saída do encontro, Bueno ressaltou que a demissão de Palocci não finaliza o caso. “Até porque nada foi esclarecido ainda. Não é porque você deixa um cargo que o crime deixa de existir. O crime permanece até que seja elucidado e haja punição. Essa é a posição que defendemos”, disse o líder.

Segundo Bueno, ainda faltam cinco dias para que Palocci encaminhe os documentos pedidos pelo MPF-DF. O líder acrescentou que o procurador não descartou a possibilidade de abertura de uma ação civil pública para investigar a evolução patrimonial do ex-ministro, caso os esclarecimentos não sejam suficientes, segundo informou a “Agência Brasil”.

“Ele pediu a documentação da empresa, quais clientes, desses clientes, qual valor foi pago e qual ação fiscal foi feita no período. Por enquanto, é um procedimento. Na abertura de um inquérito, uma ação civil pública, já passa para o grau dos investigados”, lembrou Bueno.