PGR não enxergou que ex-chefe da Casa Civil confundiu o seu dinheiro com o público

(*) Magno Martins, do Blog do Magno –

A decisão do procurador-geral da República, “engavetador” Roberto Gurgel, de não encontrar culpa no cartório para o ministro Palocci, o novo ricaço do pedaço da noite para o dia, não alivia a situação nem debela a crise. Na verdade, da forma como foi rechaçada pela sociedade injetou mais combustível na oposição, que ontem mesmo anunciou um novo pacote para ejetá-lo da cadeira na Casa Civil. Mas, nem precisou, porque Palocci jogou a toalha.

Entre as medidas, uma nova ação na PGR, representação no Ministério Público do Distrito Federal e a uma nova tentativa de aprovação da sua convocação em comissões temáticas da Câmara, caso seja anulada a sua ida à Comissão de Agricultura, aprovada na semana passada.

Na equivocada estratégia de passar à opinião pública de que o caso é uma forçada de barra da oposição, o governo Dilma cometeu um equívoco atrás do outro. Ficou claro – e só o nobre procurador-geral da República não enxergou porque é caolho – que o chefe da Casa Civil confundiu o seu dinheiro com o público e se lambuzou. Tanto que caiu.

Algo, aliás, que não surpreende, porque já tem precedentes de maracutaias em Ribeirão Preto, quando administrou o município, e no escândalo da quebra de sigilo do caseiro Francenildo.

Sua entrevista na televisão global foi um desastre. Não explicou absolutamente nada, não deu pistas sobre seus clientes, os valores da operação nem o tipo de serviço prestado pela sua empresa de consultoria.

As versões fantasiosas do ministro para justificar o exercício do surrupiamento do dinheiro alheio são um acinte a nossa inteligência e ao nosso bom senso, excluindo-se deste universo, infelizmente, a figura de um procurador-geral da República. Que com a degola de Palocci no dia seguinte ficou com a biografia chamuscada.