Camisa de força – Desde que deixou o Senado Federal para disputar o governo do Rio de Janeiro, o peemedebista Sérgio Cabral Filho sempre camuflou a sua conhecida incompetência com a fanfarrice discursiva, algo que ganhou reforço ao lado do messiânico, mas não menos irresponsável, Luiz Inácio da Silva.
Oportunista como boa parte dos políticos, Cabral Filho pega carona em qualquer evento que lhe renda visibilidade. Quando a situação é crítica, o governador do Rio simplesmente desaparece, ressurgindo na cena depois de alguns dias e por dever de ofício.
Na quinta-feira (9), enquanto Sérgio Cabral Filho circulava por um elegante centro de eventos da capital paulista a bordo de um pacote de pipoca, a Justiça do Rio de Janeiro já se preparava para anunciar, na manhã desta sexta-feira, a soltura dos 439 bombeiros presos por ordem do governador fluminense, após realizarem motim em busca de melhores salários.
Pressionado por políticos e principalmente pela opinião pública, Cabral Filho, que em São Paulo não quis comentar o assunto, anunciou a antecipação do aumento salarial dos bombeiros para o próximo mês de julho, algo que só seria concedido no final do ano. Mesmo assim, o governador continuou firme na decisão de manter presos os bombeiros que se rebelaram. Fora isso, em mais uma atitude de desespero político, Sérgio Cabral anunciou a recriação da Secretaria de Defesa Civil, cujo timão será entregue ao comandante do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro.
A decisão da Justiça serve para restabelecer a liberdade dos bombeiros, presos dentro da lei por terem cometido a pior das infrações na esfera militar: o motim. No contraponto, a soltura dos bombeiros reforça a incompetência do governador Sérgio Cabral Filho, que ainda não aprendeu as prioridades do Estado.
No Rio de Janeiro, Cabral Filho paga R$ 2.260 para cada integrante do BOPE matar à vontade, R$ 1.260 para os médicos manterem a vida, R$ 728 para os professores preparem os cidadãos para a vida e R$ 960 para os bombeiros para salvarem vidas. Em outras palavras, Sérgio Cabral ignora o significado da palavra prioridade porque está com a vida ganha.