Restos a pagar de emendas parlamentares chegam a R$ 15 bilhões em três anos

(*) Marcos Rosetti, da Agência Congresso –

Uma reunião da bancada capixaba hoje (14) cedo com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, mostrou o tamanho do débito do governo com o Congresso Nacional. Existem emendas individuais de parlamentares, apresentadas aos orçamentos de 2008 a 2011, que não foram pagas. Juntas somam R$ 15 bilhões.

Muitas das emendas – já empenhadas – são de ex-deputados, como Rita Camata (PSDB), Renato Casagrande (PSB), Feu Rosa (PP) e centenas de deputados de outros estados.

Paulo Foletto (PSB) elogiou o ministro, “que foi muito decente e educado mas não tem nada definido”, afirmou. Dos R$ 250 milhões que o governo está disponibilizando para atender os ministérios, R$ 20 milhões ou R$ 40 milhões ficarão com a pasta da Agricultura.

Os deputados acham que o valor é muito pouco para pagar os atrasados, pois existem diversas emendas para aquisição de máquinas agrícolas e patrulhas mecânicas, cujo valor, por emenda, é de R$ 200 mil.

O deputado César Colnago (PSDB) também saiu da reunião frustrado. Ele pretende encaminhar emendas deixadas na Câmara pelos deputados Luiz Paulo Veloso Lucas e Rita Camata, ambos do seu partido.

“Não podemos precisar quanto o ministério vai liberar para pagar as emendas. Mas acho que será muito pouco, considerando que ele devem emendas de quatro orçamentos”, afirmou.

Menos pessimista, o deputado Jorge Silva (PDT) gostou da ideia do ministro de pedir aos deputados que tomaram posse este ano, de adotar emendas de deputados não reeleitos. “O ministro nos atendeu bem e ficamos de encaminhar para ele nossas demandas. Dentro do possível seremos atendidos. Mas temos consciência de que os recursos do governo saem muito lentamente”.