Sarney e Romero Jucá mudam o discurso contra o projeto chapa branca da MP da Copa

Golpe verde-amarelo – A chamada MP da Copa, número 527/11, com a qual o governo federal tenta manter em sigilo as licitações para obras da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, pode sofrer algumas alterações no Senado. A oposição defende que deveria ser devolvida por ser anticonstitucional.

Nesta terça-feira (21), o líder do governo do Senado, senador Romero Jucá (PMDB-AP), afirmou que é possível se promover um ajuste do texto. “Vamos esperar chegar no Senado o projeto, mas se tivermos prazo, poderemos ajustar a matéria, mudar alguma coisa no texto aprovado pela Câmara, não há problema. Se precisar modificar, vamos modificar”, disse Jucá, condicionando a reforma no texto ao tempo.

O presidente do Senado, José Sarney, ao se pronuncia abrange a isenção, quanto à votação da MP. É uma estratégia para ficar em cima do muro. Ou seja, entre o sempre potencial trator chapa branca do governo e a oposição que bate de frente pela devolução da MP ao Executivo. Sarney declara que não vê o porquê de haver sigilo nos gastos com as obras da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Mas também avisou que não irá persuadir parlamentares a seguir seu raciocínio.

“A minha posição de presidente do Senado é sempre de isenção, estou divergindo das ideias de um projeto, não entendo como pode ter sigilo em uma obra e não ter em outra. Não vou aliciar ninguém, já dei minha opinião e agora o Senado vai dar sua decisão”, afirmou Sarney na manhã desta terça-feira.

Aos costumes na letargia para se nada decidir em plena semana morta com o feriadão, o desfecho ainda demandará ainda muita negociação entre líderes e o governo. Caberá aos digníssimos nobres senadores priorizar a transparência ao invés de esconder dados estratégicos. Uma forte tendência contrária à praxe.