Tudo combinado – O palavrório de Aloizio Mercadante na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) saiu de acordo com as ordens de Dilma Rousseff, que não mais suporta enfrentar uma crise sem fim, que corrói o seu governo e divide a agenda política com a herança maldita deixada por Luiz Inácio da Silva.
Convidado para discorrer na CAE sobre as ações do Ministério de Ciência e Tecnologia, Mercadante, o “irrevogável”, insistiu para que fosse questionado sobre o escândalo dos aloprados, ocorrido em 2006 e que culminou com a confecção de um dossiê contra o tucano José Serra, à época candidato do PSDB ao Palácio dos Bandeirantes.
Exibindo habilidade para escapar das perguntas formuladas pelos oposicionistas, o agora ministro adotou a milenar estratégia que garante que “a melhor defesa é o ataque”. Ao invés de responder às perguntas dos seus inquiridores, Mercadante passou a questioná-los, como se a culpa pelo ressurgimento do escândalo fosse de responsabilidade da oposição, que na opinião dos obedientes integrantes da base aliada deseja paralisar o País.
O caso dos “aloprados” só voltou à mídia por decisão de Expedito Veloso, que confirmou à revista “Veja” a participação de Aloizio Mercadante no episódio e ao ministro credito o fracasso da operação. “Teve uma mentira no processo. O Valdebran (Padilha) podia ir porque estava tudo juntado. E não estava”, afirma Expedito na gravação que está de posse da revista semanal. “Se tivesse sido feito como estava combinado, o Valdebran ia chegar lá (em São Paulo) e ficar duas horas. O Valdebran alugou o avião para ficar duas horas no aeroporto. Ele foi preso quatro dias depois. Então quem é o filho da p… que mentiu pra gente?”
Para que fique comprovado que se trata de fogo amigo disparado de dentro do próprio Partido dos Trabalhadores, o petista Veloso foi nomeado secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal pelo governador Agnelo Queiroz, também petista.