Situação caótica – A maioria dos brasileiros já sabe que as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) estão atrasadas. Relatório divulgado há um ano pelo “Contas Abertas” informou que a metade (54%) delas sequer saiu do papel desde que o PAC foi lançado em 2007. Passado esse período, a situação não se inverteu.
Mas o que poucos sabem é que nas poucas obras que estão sendo tocadas pelas empreiteiras, impera situações degradantes de trabalho. Foi este o estopim que provocou o maior protesto de operários da recente história brasileira em Rondônia, nos canteiros das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. Foram queimados alojamentos e equipamentos em vários dias de manifestações.
Em março passado, cerca de 80 mil trabalhadores estavam parados em pelo menos cinco grandes obras de infra-estrutura. No Ceará, ameaçaram parar por completo as obras de transposição do rio São Francisco e da ferrovia Transnordestina no Estado.
No Maranhão, as casas do “Minha Casa, Minha Vida” foram paralisados por nove dias. Assim também aconteceu nas obras da refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica Suape, em Pernambuco, e da termelétrica de Pecém, no Ceará. Em Suape, os operários reclamam de horas extras e vale-alimentação.
Também foi parada há duas semanas a obras da construção do estádio de Belo Horizonte para a Copa do Mundo. Nesta quinta-feira (30) foram suspensos os serviços na Cidade da Copa, em São Lourenço da Mata. Há, segundo os representantes dos trabalhadores pernambucanos, diversas irregularidades , como a excessiva jornada de trabalho. Os operários chegam a trabalhar até 15 horas por dia.
Segundo o “Blog da Folha (PE)”, também há irregularidades no transporte dos trabalhadores, o não pagamento de horas-extras, ausência de folgas semanais e até maus tratos por parte do encarregado da obra. Há cerca de 700 trabalhadores no local e precisam de transporte para deslocamento até o TIP, Moreno e Vitória de Santo Antão.
