No olho do furacão, Abílio Diniz abusa do oportunismo e circula por SP como incompreendido

Fazendo gênero – Garantem os mais experientes que a necessidade não tem limite. E isso acontece quando a vida exige do cidadão algo mais no momento em que se busca um objetivo. A fusão Pão de Açúcar-Carrefour continua rendendo polêmicas e chegou às manchetes dos principais jornais e revistas. As notícias, por questões óbvias, são todas contrárias ao negócio, pois exigirá investimento de pouco mais de R$ 4 bilhões por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, através do BNDESPAr.

Enquanto o sócio majoritário do Pão de Açúcar, o grupo francês Casino, esperneia, o empresário Abílio Diniz, que agora experimenta a maledicência da opinião pública, tenta abusar do populismo para minimizar o estrago que sua nova investida no campo dos negócios possa lhe causar. Para arrefecer os ânimos dos descontentes, Abílio Diniz decidiu caminhar como um reles mortal pelo Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, no último sábado (2). Por volta das 13 horas, o empresário, cercado por seguranças, circulava pelo Ibirapuera na companhia de alguns membros da família, no melhor estilo maior inocente útil.

Carregando uma criança no colo, Abílio Diniz, sob o olhar atento de seus truculentos guarda-costas, fazia o gênero maior abandonado, como se o suado dinheiro do trabalhador devesse custear bilionários negócios privados. Horas depois, não tão distante do Parque do Ibirapuera, outro protagonista do imbróglio mais comentado nos últimos tempos destilava seu viés grã-fino em bairro badalado da cidade. Presidente do BNDES, Luciano Coutinho aguardava na fila de um supermercado de São Paulo. Empurrando na esteira do caixa várias garrafas de caros vinhos importados, Coutinho, sempre cabisbaixo, tentava passar despercebido.