Crise política esconde números da economia e camufla o grave momento da caderneta de poupança

Prova dos nove – Enquanto o governo de Dilma Vana Rousseff tropeça em casos de corrupção e crises políticas sequenciais, a economia do País continua causando preocupação. As autoridades econômicas do governo federal abusam do exercício profético como forma de ludibriar a parcela incauta da opinião pública, mas é impossível ignorar os solavancos da economia, sempre camuflados por uma onda irresponsável de consumismo.

Em dezembro de 2008, quando a crise financeira global avistou terras brasileiras, Luiz Inácio da Silva, então presidente da República, se apressou em ocupar os meios de comunicação para pedir aos brasileiros a manutenção do consumo em níveis elevados. Para que seu pedido fosse atendido na íntegra e mais um pouco, Lula não hesitou em propor a redução temporária de impostos em alguns segmentos da economia.

À época, os jornalistas do ucho.info alertaram para o perigo do endividamento repentino das famílias brasileiras, que atingiu patamar recorde, e a disparada da inadimplência. E tudo isso se deu na onda do crédito fácil. Quem jamais tinha mergulhado no mundo das compras acabou levando para casa os objetos do desejo, mas de quebra carrou no bolso um polpudo e indesejável carnê de financiamento.

Recentemente, a presidente Dilma Rousseff comemorou o ingresso de 39 milhões de pessoas na classe média, movimento que só foi possível no rastro do consumo descontrolado. Em recente matéria, o ucho.info destacou o fato de a ascensão à classe média ter obrigado o brasileiro a rever o planejamento familiar. Em outras palavras, muitas famílias passaram a limitar o número de filhos. Situação que mais adiante impactará nas contas da Previdência Social, pois o envelhecimento da população será mais acelerado que a chegada de novos contribuintes ao mercado de trabalho.

A mais nova prova de que o pretérito pedido de Lula foi um ato de total irresponsabilidade está nos recentes números da poupança. No primeiro semestre de 2011, o saldo da poupança ficou em R$ 3 bilhões, valor bem abaixo do registrado em 2006, que foi de R$ 8,2 bilhões. Quem tinha dinheiro na poupança acabou tirando para quitar dívidas, enquanto quem sonhava em economizar acabou dragado pelas reticências do consumismo. Esse cenário preocupante é resultado do endividamento e da inadimplência. Mantida a queda na captação da poupança, outro alerta deste site será confirmado. Em 2009 afirmamos que em no máximo três anos o financiamento da casa própria enfrentaria sérios problemas de captação de recursos.