“Fogo Pagot” – Ao passar pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, que ouvia Luiz Antônio Pagot, ao longo da manhã e no início da tarde desta terça-feira (12), o líder do Democratas, senador Demóstenes Torres (GO), defendeu a necessidade de uma CPI para investigar as denúncias de superfaturamento de obras e cobrança de propinas no DNIT, órgão vinculado ao Ministério dos Transportes.
“Toda a vez é assim. A gente alimenta uma série de expectativas, a pessoa vem e não fala nada. É por isso que é importante a CPI. Você quebra sigilo, você pede documento, chama delegado da Polícia Federal, procurador da República, vem gente do TCU. O parlamentar cita o exemplo da Infraero, cuja CPI surtiu efeitos. “Até hoje, tem denúncias. Tem mais de vinte processos instaurados em decorrência da CPI”, declarou Demóstenes.
No caso de Luiz Antônio Pagot, que na última semana ameaçou revelar o esquema de superfaturamento, a única saída, que depende da boa vontade dos parlamentares, é a criação de uma CPI, pois o ex-diretor do DNIT mudou de forma repentina e inexplicável o seu discurso. “Nós não temos mais o que fazer. Temos que esperar o que irão fazer o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e a Controladoria Geral. Então, a única maneira de o Senado investigar é a CPI”, destacou o líder democrata.
Demóstenes Torres também lembrou as dificuldades para se votar um requerimento criando uma CPI no Senado. “Infelizmente, hoje, nós temos um número reduzido de senadores. Nós temos aí acho que 23 assinaturas e precisamos de mais quatro. Mas vamos insistir. Daqui para agosto quem sabe nós não conseguimos essas assinaturas e abrimos a investigação”, disse o senador de Goiás, que espera alcançar o seu objetivo.
Questionado se o “homem bomba” do setor dos Transportes não fora capaz de produzir um reles traque, Demóstenes respondeu usando a expressão “o fogo pagot”, em alusão ao nome da “rolinha fogo-apagou”, que em seu canto produz som semelhante ao próprio nome.