Dilma Rousseff arrisca ao isolar o Partido da República, mas torna-se refém do sempre guloso PMDB

Pegando carona – A crise política resultante das denúncias de superfaturamento e cobrança de propinas nos contratos do Ministério dos Transportes e do DNIT fez com que o sempre guloso PMDB esticasse ainda mais os olhos sobre a vaga deixada pelo Partido da República.

Sempre ávido por cargos na estrutura da máquina federal, o PMDB não se avexa quando flerta com o Palácio do Planalto, onde o vice-presidente da República, Michel Temer, cuida dos interesses nada inocentes da legenda com maior participação na base aliada.

Para deixar claro que essa parceria promíscua tende a continuar, os partidos da base, turbinados pelo PMDB, promoveram uma pequena festa no Congresso Nacional na terça-feira (12) para celebrar o casamento com o PT palaciano. O regabofe partidário, que contou com a participação da ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais, foi regado a bolo, que trouxe no topo um casal de bonecos que representava Dilma Rousseff e o vice Michel Temer.

Sem ser consultado no processo de escolha do sucessor de Alfredo Nascimento no Ministério dos Transportes, o PR se recusou a participar do encontro, como forma de evidenciar sua insatisfação com a presidente Dilma. A situação deve se repetir na noite desta quarta-feira (13), quando Dilma Rousseff receberá para um coquetel no Palácio da Alvorada os líderes partidários da base aliada no Senado e na câmara dos Deputados.

Longe de ter a habilidade e a desfaçatez de seu antecessor, o fanfarrão Luiz Inácio da Silva, a neopetista Dilma não deveria apostar tão cegamente no isolamento do Partido da República. Até porque, política é negócio e, diga-se de passagem, não é coisa de inocentes.