Recesso negro – Os partidos da oposição querem acionar a Comissão Representativa do Congresso – um grupo de parlamentares que faz “plantão” durante as férias. O líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), deve apresentar nesta terça-feira (19) um pedido de convocação para a comissão ouvir o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e Frederico Augusto de Oliveira.
O tucano faz parte da comissão e quer ouvir Passos e Oliveira. Conhecido como “Fred”, Oliveira atuaria como representante do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) junto a prefeitos, sem sequer ser nomeado funcionário, segundo informou o “R7”.
Duarte Nogueira ainda pretende pedir ao Ministério Público no Distrito Federal investigação sobre o diretor José Henrique Sadok de Sá, cuja esposa teria faturado R$ 18 milhões em contratos de sua empresa, a Construções Araújo com o DNIT, de acordo com reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”.
O senador Ricardo Ferraço (PMDB), que tem pautado sua atuação no Senado em defesa da moralidade pública, admitiu ao jornal “A Gazeta” que pode assinar o requerimento de criação da CPI, que visa apurar corrupção no Ministério dos Transportes. Em entrevista à coluna “Praça Oito”, de Radanezi Amorim, o senador admite que o caso é grave: “As denúncias retratam o descaso e o nível de desorganização. Não descarto endossar a abertura de uma CPI”, disse.
O gesto de Ferraço é o primeiro sinal de afastamento com o colega senador, o que era previsível, já que ambos militam em trincheiras opostas. Além disso, Ferraço é aliado do ex-governador Paulo Hartung, adversário de Malta.
Sempre que visitava Brasília quando era governador, Hartung costumava dizer aos jornalistas da capital que Malta “nunca pregou um prego no Espírito Santo”. Era a senha para queimar o filme do “pagodeiro gospel”. Como a própria coluna destaca hoje “quanto mais se mexe, mais fatos repugnantes aparecem sobre o Ministério dos Transportes e os órgãos ligados à pasta, como o Dnit.
E o Espírito Santo não vai ficar de fora dessa lama, acredita o jornalista Marcos Rosetti, da “Agência Congresso”. Até agora apareceu apenas uma doação “espontânea” de R$ 500 mil, segundo a revista “IstoÉ”. Mas as três principais revistas do país botaram seus repórteres em cima das ações de Alfredo Nascimento e do PR, e muita coisa mais vai aparecer.