(*) Magno Martins, do Blog do Magno Martins –
Seis meses após deixar o poder, o ex-presidente Lula chega, hoje, a Pernambuco para cumprir uma agenda política, de olho em 2012. A peregrinação pelo Nordeste começou, ontem, em Salvador. Diferentemente do Recife, na capital baiana não existe essa briga fratricida envolvendo lideranças petistas, como se dá, hoje, entre o ex-prefeito João Paulo e o atual João da Costa.
O almoço em torno de Lula, na Arcádia, não terá apenas petistas de carteirinha nem militantes históricos de esquerda. A direita ganhou assento também. A pedido do próprio Lula, a direção do PT convidou o ex-deputado federal Gilson Machado, que quando atuava no Congresso nos anos 80 era odiado pelo PT por ter posições conservadoras, principalmente como expoente do Centrão, movimento criado para barrar avanços na Constituinte.
Ali, o comando absoluto é do governador Jacques Wagner. Recife é prioridade para o PT nacional. Mas, pelo andar da carruagem, nem Lula conseguirá acabar com a briga de João Paulo com João da Costa. A direção nacional do PT não deve intervir no Recife e isso será posto claramente por Lula durante a visita.
A busca do entendimento e a construção do candidato mais viável ficarão sob a responsabilidade do diretório estadual. João Paulo aposta nas chances zero de João da Costa se recuperar mais na frente e é nessa direção que alimenta ainda a possibilidade remota de, resistindo na legenda, ganhar o apoio e o respaldo das diversas correntes, e do governador, para se apresentar como o candidato da unidade a prefeito do Recife.
Só ele, no entanto, acredita nesse conto da carochinha, porque, rifado, João da Costa não sobe no palanque do ex-chefe e agora desafeto. O rompimento é de forma irreversível. O ex- e o atual prefeito recifense são, hoje, como água e óleo: não se misturam.
