Polícia cria força-tarefa para combater arrastões em avenidas de SP, mas sair de casa é arriscado

Fim do mundo – Os incentivos fiscais concedidos às montadoras de automóveis pelo então presidente Luiz Inácio da Silva, como forma de evitar as consequências da crise financeira internacional de 2008, despejaram nas cidades brasileiras verdadeiras enxurradas de carros novos. Conhecidas pelo gigantismo e também pelos problemas, as grandes metrópoles viram pioram o caos no trânsito, pois nenhum centavo do que foi arrecadado em tributos com a venda de carros novos foi investido na melhoria da mobilidade urbana.

Sempre mais ágeis que o Estado, como um todo, o crime organizado consegue se antecipar às medidas da segurança pública, inovando na forma de agir contra o cidadão. Mais importante cidade brasileira e uma das maiores do planeta, a capital paulista tornou-se palco dos mais variados tipos de crime. A coqueluche em termos de ações criminosas são os arrastões que acontecem nas vias conhecidas nacionalmente como marginais do Pinheiro e Tietê. Com trânsito intenso e constante na maior parte do dia e da noite, tais vias foram escolhidas pelos bandidos para assaltar os motoristas que quase param nos congestionamentos.

Há muito o assunto foi noticiado pelos veículos de comunicação que cobrem o cotidiano da cidade de São Paulo, mas as autoridades preferiram ignorar os alertas. Como sempre acontece em qualquer parte do mundo subdesenvolvido, o Estado só coloca a tranca após o arrombamento da porta. Ou seja, não há por parte das autoridades uma política preventiva. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo criou forças tarefas para patrulhar as vias que margeiam os rios Tietê e Pinheiros, o que não significa solução, pois os bandidos, ágeis como sempre, devem migrar para outro território ou escolher nova modalidade de crime.

Vitrine nacional, a Pauliceia Desvairada se transformou em shopping do crime. Quando os bandidos passaram a assaltar nos principais cruzamentos da cidade, as autoridades da segurança pública sugeriram aos motoristas para manter os vidros dos veículos fechados. Acontece que o motorista que utiliza as marginais do Pinheiros e do Tietê dificilmente circula com os vidros abertos , pois é insuportável o nível de ruído e de poluição. Parados no trânsito, os motoristas são alvo de uma modalidade de crime em que o bandido usa o próprio corpo para quebras os vidros dos automóveis.

Quando os criminosos passaram a agir às saídas dos bancos, as autoridades surgiram com recomendações utópicas e galhofeiras. O mesmo ocorreu recentemente quando restaurantes e bares passaram a enfrentar arrastões.

Com a carga tributária crescendo a cada ano, o contribuinte continua não enxergando a contrapartida do Estado, que maneira escandalosa deixa de cumprir muitas de suas obrigações, as quais estão claras na Constituição Federal. Não demora muito e os governantes hão de sugerir ao cidadão para que não saia de casa. Mesmo assim, h;a quem defenda a realização da Copa do Mundo no Brasil.