PPS convoca ministro Jorge Hage para explicar na Câmara a atuação da CGU na crise dos Transportes

Com a palavra a CGU – A impressão que se tem com a crise no Ministério dos Transportes é que algum órgão deveria fiscalizar com maior afinco pelo menos os contratos de obras de infraestrutura. Faltou fiscalização? O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), transformou a impressão em uma ação no sentido de se esclarecer alguns fatos. O partido de oposição ingressou com requerimento de convocação do ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, na Comissão Representativa do recesso parlamentar, nesta sexta-feira (22). O objetivo é tornar o mais cristalino possível os procedimentos adotados pelo órgão em relação às denúncias de pagamento de propina e superfaturamento em obras do Departamento de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Valec, braço do ministério que controla as ferrovias federais.

“O aumento vertiginoso de termos aditivos e de contratos firmados pelo DNIT e Valec é um verdadeiro escândalo que não pode ter passado desapercebido pela CGU que é, em última instância, responsável pela defesa do patrimônio e da transparência da gestão pública”, disse Rubens Bueno, que considera “imprescindível” as explicações de Hage ao Congresso Nacional.

Casou espécie ao líder do PPS que a CGU não tenha encontrado indícios de sobrepreço e de superfaturamento em contratos das duas empresas com empreiteiras e prestadoras de serviços. “É lamentável que a Controladoria da União não tenha tido a competência para detectar as irregularidades denunciadas pela imprensa e muito menos promover o seu saneamento”, cobrou.

Corrupção generalizada

Segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, a Valec e o DNIT teriam fechado contratos de R$ 31 milhões com a Alvorada e a Tech Mix – fornecedoras de mão de obra. As empresas são acusadas de usar documentos falsos em contratação respaldada por diretores do DNIT filiados ao Partido da República (PR).

“A corrupção no setor de transportes é generalizada com esquemas de pagamento mensal de propina a políticos e servidores graduados da Valec e Dnit, num esquema semelhante àquele que ficou conhecido como mensalão”, comparou Rubens Bueno.

Erros

Rubens Bueno lembrou que a CGU teve postura de ação preventiva no sentido de proteger o patrimônio público da corrupção. Ele entende que Jorge Hage tem de dar explicações do motivo da demora na apuração das irregularidades nos órgãos vinculados do Ministério dos Transportes. Rubens Bueno lamentou também a morosidade da CGU em abrir sindicâncias para investigar as denúncias. “Parece que o órgão só começou agir depois que os malfeitos foram divulgados pela imprensa”, disse, ao criticar a posição reativa da Controladoria. ´

É como no governo de Dilma Rousseff, não só na CGU. Se for parar na imprensa é que se toma providências saneadoras. E, se não houver denúncia por meio de reportagem, como é que fica?