Dívida dos EUA: Mantega fala em “insensatez”, mas Dilma diz que Brasil está preparado para tudo

Discurso anestésico – Durante encontro com líderes empresariais em São Paulo, na segunda-feira (25), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, classificou como “insensatez” a falta de acordo entre os congressistas norte-americanos em torno do aumento do teto da dívida dos Estados Unidos. Um eventual “default” da dívida ianque, o que significa calote, pode causar uma catástrofe na economia global.

Palacianos autorizados a reverberar a fala da presidente Dilma Rousseff garantem que o Brasil está pronto para enfrentar qualquer situação decorrente do impasse norte-americano, mas não é essa a realidade do País. Atualmente, nenhuma nação tem estrutura econômica para enfrentar os efeitos da uma crise causada pelo calote da dívida dos Estados Unidos. Se o pior acontecer, o que superará a crise de 2008, os brasileiros pagarão um preço muito alto, especialmente porque o Palácio do Planalto reluta em aceitar a necessidade de promover um profundo ajuste fiscal, além do combate imediato e efetivo da inflação.

Sempre anunciando com antecedência e alarde o que não será feito, Mantega disse que o governo federal tomará medidas para contar a valorização do Real diante da moeda norte-americana, que na segunda-feira encerrou os negócios valendo R$ 1,543, a menor cotação desde janeiro de 1999. O discurso de Guido Mantega serviu para acalmar os exportadores brasileiros, que desde a chegada do PT ao Palácio do Planalto têm sofrido com a falta de competitividade dos produtos nacionais no mercado internacional.

A estratégia de manter o Real valorizado, incentivando as importações, serve para conter a disparada da inflação, pois o ingresso de produtos estrangeiros no País inibe os reflexos da demanda. Engana-se quem pensa que o governo de Dilma Rousseff tomará alguma medida, no curto prazo, para conter a queda do dólar. E se isso acontecer, algo no contraponto será feito para atenuar o descompasso da economia verde-loura.