Crise nos Transportes incentiva bancada a retirar do PR privilégio de nomear no DNIT do Espírito Santo

(*) Marcos Rosetti, da Agência Congresso –

Durante os oito anos do governo Lula, o Ministério dos Transportes esteve nas mãos do Partido da República. No Espírito Santo, durante os oito anos do governo Paulo Hartung (PMDB), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes era um território dominado pelo senador Magno Malta, através do ex-superintendente Élio Baia, que deixou o órgão pela porta dos fundos.

Malta e Hartung são adversários políticos de longa data. Nas diversas audiências que teve com o ex-ministro Alfredo Nascimento (PR), Hartung sempre saía com as mesmas promessas. Mas no estado as obras não avançavam. Integrantes da bancada capixaba atribuíam o fato a queda de braço entre os dois políticos. O ministro só liberava as obras que o senador autorizava.

E Malta não tinha o menor interesse em ajudar o governo Hartung. Pelo contrário, mesmo que o preço fosse contribuir para o atraso das obras rodoviárias do Espírito Santo. Em suas passagens por Brasília, Paulo Hartung costumava dizer, com razão, que Magno Malta nunca pregou um prego no estado.

Essa situação deve permanecer no governo Casagrande, que Magno já critica abertamente. Se a bancada capixaba não tirar das mãos do PR a superintendência do DNIT, a população capixaba vai continuar sofrendo e alguns pagando com a própria vida pela situação precária das rodovias. Por isso, vários deputados federais estão defendendo mudanças no sistema de funcionamento do DNIT no estado.

O órgão está sob o comando do senador Magno Malta (PR) há mais de oito anos e sempre encontrou dificuldades para cumprir o calendário de obras no Estado. “A população capixaba vai continuar sofrendo pela situação precária das rodovias. O PR já mostrou que não tem competência política para comandar o DNIT”, disse um deputado. A autarquia tem um orçamento de R$ 258,9 milhões para o estado em 2011. Mesmo assim não consegue manter o ritmo de andamento das obras.