Bateu na trave – O coordenador de Operações Rodoviárias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Marcelino Augusto Rosa, ficou sabendo na noite de quinta-feira (28) da sua exoneração, prevista para o início da próxima semana. O candidato a substituto de José Luiz Pagot, que deveria ser nomeado nos próximos dias, Miguel Mario Bianco Masella (à esquerda na foto), procurava pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, nos bastidores do teatro do Itamaraty, palco da apresentação do balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2). Na verdade, Masella buscava explicações sobre as notícias de que substituiria Pagot. Na noite de quinta-feira, a versão noticiada foi desmentida.
Aparentemente apreensivo, Miguel Masella estava à procura do amigo de longa data, Paulo Sérgio Passos. Quando questionado sobre a publicação de sua nomeação no Diário Oficial da União (DOU), Masella perguntou, com ares de assustado, se a reportagem do ucho.info sabia de alguma novidade. “Você viu se saiu no Diário Oficial?”, perguntou. Ao obter a negativa, em seguida, informou que procurava o ministro.
Após a abordagem, insistentemente foi lhe perguntado se estava tudo em ordem para tomar posse. Afinal, a informação que circulou nos principais sítios eletrônicos ligados a jornais, na quinta-feira, dava conta de que Masella assumiria o lugar de Luiz Antônio Pagot. Mas até o final da manhã não constava nenhuma nomeação no DOU. A reportagem do ucho.info perguntou se havia, por ventura, algum entrave devido à divulgação de que o seu nome [Masella] constava em processos na Controladoria-Geral da União.
“Acho que é bom nós conversarmos sobre isso com mais calma. Porque aí eu te explico tudo. Eu levantei todos esses assuntos. Acredito que os órgãos de controle também tenham feito essa verificação geral. Até para eu poder ser nomeado como secretário-executivo. Inclusive pela época, eles são mais rigorosos ainda”, argumentou.
Sobre algum envolvimento com processos, Miguel Masella atribui ao fato de ter uma longínqua experiência em cargos estatais e privados. “Ao longo desse tempo todo, eu ocupei várias funções, fui do Lloyd Brasileiro, fui presidente do Lloyd Brasileiro. Então, em função disso, passo por vários cargos. Então vários assuntos que entram e saem. É a rotina normal. Está tudo já resolvido”, disse Masella, que também dirigiu Fundo da Marinha Mercante em 2006.
Para reforçar a atual situação do “pré-nomeado” para a nova função, Masella justifica a indicação. “É claro, se não o Paulo não iria colocar uma pessoa que estaria sujeita a coisas desse tipo. Põe e tira. Não teria cabimento. São coisas normais, ao longo de quarenta anos de carreira”.
Ao ser inquirido sobre o tempo que conhece o ministro, Masella disse ser amigo de Paulo Passos há mais de quarenta anos. “Nós entramos juntos no Ministério”, respondeu. Quanto a suposto envolvimento em algum processo, ele rebateu. “Não é envolvido, é que tem alguns assuntos que você como gestor participa.” E acaba respondendo pelos…?, foi interrompido.
“Não é respondendo, não é bem respondendo. Quando você tem um nome de quem é gestor, todos são chamados para explicar o que acontece. Como se fossem todos testemunhas. Quem faz parte do conselho geralmente é chamado até para explicar”, disse Masella.
Outra exoneração
O coordenador de Operações Rodoviárias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Marcelino Augusto Rosa, pediu exoneração do cargo na noite de quinta-feira (28), segundo a assessoria do órgão. Nesta sexta-feira (29), o jornal “O Globo” noticiou que a esposa do ex-diretor, Sonia Duarte, é representante de oito empresas que possuem contratos de sinalização rodoviária, área do ex-coordenador.
